Registro faz carimbó entrar de vez para a história

Quando a palavra carimbó é digitada no Google, mais de 556 mil resultados são apresentados.

Os links mais frequentes foram os publicados nas últimas semanas, quando começou a contagem regressiva para o carimbó se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, título conquistado na última quinta-feira, 11. A vitória estampou sites e jornais de todo o país e também ganhou destaque na TV nacional. O registro é a realização de um sonho antigo dos mestres de carimbo e tal sonho foi muito além do que eles um dia puderam idealizar. Quando as letras e os sons típicos do ritmo ganharam suas primeiras formas há 200 anos, os mestres jamais imaginavam que o seu trabalho estaria a um clique de ser conhecido pelo mundo todo.

É, o carimbó nasceu no Pará, mas não ficou só por aqui. O ritmo original dos paraenses sobreviveu e saiu do berço caminhando e conquistando ouvidos das mais diversas regionalidades.

Agora ele não é mais só dos paraenses, é dos brasileiros também. E o carimbo ainda pode ser de toda a humanidade, já que o próximo passo é conseguir a chancela internacional junto a Unesco, tornando esta vertente da cultura paraense patrimônio mundial, conforme disse a ministra Marta Suplicy durante a programação de comemoração do título, na Praça do Povo, no Centur.

Mais do que vários links no Google, o momento histórico que resultou da 76ª Reunião Deliberativa do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, onde ocorreu a votação a favor do registro, ganhou uma festa calorosa e colorida como o carimbo naturalmente é. As comemorações começaram com uma Um ritmo que veio com os mestres do interior alvorada no Ver-o-Peso e tiveram continuidade no Centur.

Mas, a verdade é que a festa não cessou ali naquele dia 11 de setembro. O carimbo continua em êxtase e os organizadores da campanha Carimbó do Brasil já deram início aos planos para fazer bonito no Círio. E o caminho de reconhecimento do carimbo pelo resto do mundo está apenas começando.

(Diário do Pará)