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Carimbó poderá ser patrimônio cultural do Brasil

Ao nascer do sol desta quinta- feira, a música que acordará os paraenses será a mais querida pelo povo de sua terra, o carimbó. Isso porque um dia inteiro de festa é pouco para marcar a alegria de quem tanto lutou pela conquista do título do carimbó como

Ao nascer do sol desta quinta- feira, a música que acordará os paraenses será a mais querida pelo povo de sua terra, o carimbó. Isso porque um dia inteiro de festa é pouco para marcar a alegria de quem tanto lutou pela conquista do título do carimbó como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Foram nove anos de espera, muitas manifestações e apelos, inclusive com campanhas em redes sociais feitas pelos mestres do carimbó, para chegar ao dia em que se espera poder dizer que o carimbó tem um título de reconhecimento nacional. Hoje, a cidade recebe uma programação festiva que vai acompanhar a votação em Brasília com música, dança e a presença da Ministra da Cultura, Marta Suplicy. E a sensação já é de vitória.

“Estamos muito felizes de saber que toda a luta chegou ao fim para que conquistemos este título e agora iniciaremos uma nova etapa, com ações de valorização, preservação, difusão e fortalecimento deste ritmo que é tão importante para o estado do Pará”, diz Isaac Loureiro, coordenador da campanha Carimbó Patrimônio Cultural do Brasil e presidente da Irmandade Carimbó São Benedito, de Santarém Novo, uma das entidades proponentes do registro ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A superintendente do Iphan no Pará, Maria Dorotéa de Lima, esclarece que a conquista é importante e que os próximos passos serão ainda mais significativos para a valorização do ritmo. “O que muda agora é que mestres e grupos estarão cobertos por uma política cultural federal que deve garantir as condições para que a conservação e transmissão destas práticas aconteça através do Plano de Salvaguarda, que deve ser construído posteriormente”, antecipa a superintendente.

Outros ritmos brasileiros, o frevo e o samba de raiz, já passaram pelo mesmo processo e isso melhorou suas formas de preservação e difusão. “Ver um bem cultural sendo reconhecido pelo governo federal é importante, como foi o caso do Círio de Nazaré, que depois da etapa nacional foi reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade. Isso abre perspectivas não só para os detentores da cultura, como para disseminação deste saber”, conclui Dorotéa.

Agora que a reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphanvai acontecer, resta aos que lutaram por essa conquista comemorar e festejar ao ritmo do carimbó. “É como se o carimbó estivesse ganhando um registro de nascimento e por isso se tornando cidadão brasileiro, com todos os direitos que ele merece. Agora poderemos desenvolver as potencialidades culturais, estéticas, sociais e econômicas do carimbó. Para as comunidades que vivem o ritmo diariamente, é uma conquista simbólica importante, feita por municípios com poucos habitantes, como é o caso de Santarém Novo, e que viram sua cultura crescendo e tomando dimensão nacional”, completa Isaac.

Enquanto a reunião acontece em Brasília com a participação de uma pequena comissão de mestres e representantes da Campanha do Carimbó a convite do Iphan, em Belém a comemoração começa ainda ao nascer do sol, com uma alvorada promovida no Ver-o- Peso com a presença de dezenas de grupos e mestres carimbozeiros das diversas regiões do Estado, como a do Salgado, Brangantina, Marajó e Metropolitana, cada um trazendo sua tradição e sonoridade particular, evidenciando a força e a diversidade dessa expressão cultural autenticamente paraense. “A alvorada é uma tradição da cultura do carimbó. Em dias de festejo, a comunidade é acordada ao nascer do sol com batuques e cantorias e nós vamos acordar Belém assim”, explica Isaac.

Depois, a grande comitiva com centenas de mestres, músicos, dançarinos e produtores de carimbó de vários municípios paraenses segue para a Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, no Centur, para uma programação festiva que vai acompanhar ao vivo a reunião em Brasília e a titulação do carimbó como patrimônio. “A felicidade é imensa em saber que um segmento que por muito tempo foi excluído e marginalizado será finalmente reconhecido. O percurso que fizemos até aqui também ajudou a fortalecer os grupos e as comunidades, e isso foi importante. Agora esperamos verdadeiramente políticas culturais tanto da esfera federal como estadual e municipal. Será um compartilhamento de responsabilidades”, espera Isaac.

COMEMORE!

As comemorações iniciam às 6 da manhã, com uma bela alvorada de fogos e carimbó na Feira do Ver-O-Peso, um dos mais conhecidos cartões-postais do Pará. O Grupo Sancari, do Bairro da Pedreira, animará a manhã, já convidando toda a população da capital para o ato que acontecerá no Centur. Alvoradas como essa também ocorrerão em cada município de onde saíram as caravanas com os grupos e seus mestres.

No Centur, ocorre a abertura do ato com pronunciamento das autoridades e transmissão ao vivo da reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio do Iphan em Brasília. Após a votação, a festa começa com os discursos dos mestres e mestras representantes das diversas comunidades e regiões carimbozeiras e depois o palco será tomado pelos batuques e cantorias dos tambores, convidando todos para a dança e a celebração coletiva até as 20h.

(Diário do Pará)

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