Um cenário de diversidade musical

Originalidade foi a marca da banda de música instrumental-eletrônico Ultranova, outra das agraciadas deste ano.

Marcel Barreto surpreendeu ao levar um trabalho novo, bem mais pop, ao palco, mas talvez tivesse feito bem mais se colocasse no set seus hits românticos que são uma marca. Mesmo assim, difícil entender por que ficou de fora.

E Camila Honda, linda e japonesa, nem deveria estar ali, afinal seu trabalho está todo redondinho, afinadinho, pronto para estourar nacionalmente. Não que seja tão superior às outras propostas apresentadas nas Seletivas, mas é que, com patrocínios garantidos – entre eles, o investimento da Natura Musical -, está num andar acima na questão profissionalismo, o que faz toda a diferença no palco.

Aliás, isso é uma questão para ser pensada pela organização para o ano que vem: só deixar na disputa quem de fato caminha ainda apenas com as próprias pernas, sem apoios nacionais de peso. Casos como o da Camila deveriam passar direto para a lista de convidados, por justiça ao nível em que se encontra no momento, e para deixar a vaga livre a quem tem menos estrutura, mas não menos vontade e verdade no que faz.

Mas, enfim, o saldo foi mais que positivo e essa amostra com tantas coisas diferentes só revela mais uma vez o quanto estamos bem servidos na música por aqui. O que é preciso ter em mente é que eram apenas quatro vagas, muitos concorrentes, alguns critérios e, claro, entender que só o palco das Seletivas já é uma vitrine e tanto para que públicos distintos se abram a novos projetos.

Sobre os shows nacionais, Tiago Iorc lotou o espaço com suas musiquinhas românticas, mas ganhou o troféu de antipatia por quem conviveu com ele nos bastidores. Já o Bidê ou Balde mostrou, como sempre, como se faz um rock de primeira em mais de 2h de apresentação com energia para dar e vender.

E foi só o aperitivo. No dia 6 de julho, outra etapa das Seletivas ocorre em Bragança. E logo em seguida, mais 18 bandas convidadas para a programação serão anunciadas. Começa agora a contagem regressiva. Que agosto chegue logo.

(Diário do Pará)