Sucesso do cinema vira videogame

Nos dias de hoje tudo pode ser adaptado. O problema é manter a essência e agradar aos fãs do formato original. Algumas editoras já estão apostando continuamente nas versões literárias de games e filmes; e Hollywood tem produzido cada vez mais adaptações – tanto de jogos quanto de livros. Entre os mais recentes estão: ‘A Menina que Roubava Livros’ e ‘Jogos Vorazes’, indo da literatura para o cinema; ‘Assassin’s Creed’, game que virou livro e vai virar filme (lançamento em maio de 2015); e ‘Need for Speed’, que também saiu do videogame para o mundo cinematográfico.

Algumas vezes, essa é uma passagem tranquila e até emocionante, em outras, muita coisa dá errado e os fãs do original condenam sem qualquer piedade. Uma das adaptações mais lembradas dos jogadores de videogame da década de 1990 é, sem dúvida, o filme ‘Mortal Kombat’, lançado em 1995. Nele, quase todos os personagens foram mantidos, e até bem introduzidos, na trama.

A versão ‘real’ de Sonya Blade, Scorpion, Suz-Zero e Reptile com certeza ainda está bem viva na memória de muita gente. Mas essa necessidade de ‘escolher’ personagens talvez seja onde a passagem de um formato para outro mais incomode os aficionados. “É um pouco difícil de aceitar quando você é muito fã e ainda mais quando o (personagem) que foi excluído era seu favorito”, diz o ‘gamer’ Renan Costa, de 26 anos.

E como esquecer ‘Lara Croft: Tomb Raider’, de 2001, com Angelina Jolie? “Ele rendeu uma das maiores bilheterias de um filme adaptado de um jogo de videogame”, lembra o estudante Ricardo Araújo, 19 anos. Foi um faturamento de 274 milhões de dólares. “O filme em si não é dos melhores, mas a personagem acabou ficando bastante famosa – até mesmo a Angelina Jolie ficou mais famosa após o filme. E ainda dá pra citar outros filmes assim, como a série Resident Evil”.

“Eu sou fã e quando vou ao cinema espero que haja o mínimo de semelhança e respeito pela história original, mas já vi cada coisa! Salvo algumas exceções, tem muitos que dá é revolta”, diz o ‘gamer’ Leandro Martins, 23 anos, e vai logo de encontro à opinião de Ricardo, alegando que ‘Resident Evil’, por mais que tenha ficado famoso, não foi uma adaptação bem sucedida.

“A história do primeiro jogo do ‘Resident’ é incrível, uma das mais bem elaboradas do mundo dos games, mas o roteirista do filme simplesmente ignorou isso. A personagem central do filme, uma super-humana, não existia na versão em jogo”. E Leandro ainda cita ‘Final Fantasy: The Spirits Within’ e ‘Super Mario Bros’ como “versões impossíveis de aceitar”.
Bombou no cinema? Vira videogame!

E quem disse que o inverso não acontece? Até ‘O Rei Leão’, ‘Aladdin’ e ‘Jurassic Park’ viraram jogos. “Eu não me lembro de ter tido nenhum desses, mas tive realmente muitos jogos desde criança”, lembra Renan Costa. “Acredito que de filmes que viraram jogos, os melhores que eu tive foi o ‘Golden Eye’, o ‘The Warriors’ – que eu ainda jogo – e o ‘Batman’. Do ‘Batman’ eu tive dois jogos: um bem antigo e um mais recente, baseado no filme ‘Batman Begins’, que eu joguei um tempo e depois vendi. Inclusive, vendi pra comprar o ‘Need for Speed’, que agora está no cinema”, completa.

Mas é claro que também existem as idas do cinema para o videogame capazes de causar tanta frustração quanto o caminho inverso. “Eu não gosto nem de lembrar minha decepção com o ‘Matrix’... Foi só perda de tempo e dinheiro. Mas o filme ainda vale a pena, não sei se tem livro, mas acho que ficaria mais legal que o jogo também”, diz Renan, para revelar que as adaptações de jogos para livros têm se tornado sua nova paixão.

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(Diário do Pará)