O presidente eleito Jair Bolsonaro classificou como “doutrinação desacerbada” uma das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A questão versava sobre variação linguística e utilizou um dialeto LGBT chamado de "Pajubá" - inspirado na língua de origem africana Iorubá - como exemplo. A questão estava na disciplina de Português.
“Um vexame você ver o que cai na prova do Enem, uma doutrinação desacerbada. Vou fazer o possível para fazer o Brasil diferente, construir e desconstruir o que foi feito até o momento. Não tenho implicância com LGBT, mas uma questão de prova que entra na linguagem secreta de gays e travestis não mede conhecimento nenhum”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao Brasil Urgente, da Band, nesta segunda-feira (5).
Bolsonaro disse que é preciso “fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis para a sociedade”. Questionado pelo apresentador se acabaria com o Enem, o futuro presidente refutou a possibilidade, mas disse que trabalhará para reformular o modelo do exame.
“Ninguém quer acabar com o Enem, mas tem que cobrar ali o que realmente tem a ver com a história e cultura do Brasil, não com uma questão específica LGBT. Parece que há uma supervalorização de quem nasceu assim”, afirmou.
Entenda
Durante a aplicação do primeiro dia das provas do Enem uma das questões de linguagem, códigos e suas tecnologias versava sobre o “Pajubá” espécie de dialeto da comunidade LGBT – que engloba gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis.
Na questão, discorria-se sobre o dialeto que tem origem no iorubá, mas que ganhou adaptação, principalmente, pelas travestis.
A pergunta foi uma das mais repercutidas e celebradas pelos internautas que reconheceram a importância do tema em um exame a nível nacional. Por outro lado, simpatizantes da extrema direita rechaçaram o questionamento, apontado, inclusive pelo futuro presidente da República, como uma “doutrinação”.
(DOL)
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