SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, intimou Jair Bolsonaro (PSL) a comparecer ao debate que será promovido pela Rede Globo nesta quinta-feira (4).
"Aqui é uma democracia que vai sobreviver a você e eu vou tirar a sua máscara. Você não pode deixar de ir ao debate. Você está mentindo e atestado médico falso é crime. Vá ao debate da Globo e vou mostrar que você é uma cédula de três real (sic)", afirmou.
Ciro disse que recebeu ontem as regras do debate da emissora, que precisaram ser adaptadas após a confirmação de que Bolsonaro não vai participar. O candidato falou ainda que cogita processar os médicos do rival caso tenham emitido atestado para o deputado.
"O camarada passa esse tempo todo doente, viaja em voo de carreira. Se ele tiver recomendação médica, vou processar o médico que estiver dando atestado médico falso pra ele, porque ele está absolutamente pronto para o debate", declarou.
Ciro participou de ato no diretório do PDT em São Paulo nesta quarta-feira (3).
Após a nova pesquisa Datafolha, em que segue estagnado com 11% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro chegou a 32%, ele voltou a fazer um apelo contra o voto útil, dizendo que a decisão não pode ser transferida para os institutos de pesquisa.
O pedetista disse novamente que num país em que até congressista se vende, não é possível garantir que não haja desvios no levantamento dos dados.
Apesar de afirmar que a mobilização de mulheres neste sábado (29) contra Jair Bolsonaro, que usou a hashtag #Elenao, foi "a coisa mais linda que aconteceu nesta campanha", Ciro disse que o movimento acabou alimentando o cenário de polarização no país.
Segundo ele, o uso do slogan foi um erro, pois o movimento deixou de fazer a defesa de seus candidatos e acabou dando visibilidade a Bolsonaro.
"Quando dizemos "Ele não" estamos dando a ele o centro da preferência. Não tem "ele não" na urna. O que tem na urna é 12 e aí 12", afirmou, citando ainda o número de Fernando Haddad (PT) e Marina Silva (Rede) e chamando a população para ir às ruas defender seus candidatos.
CHAPA AO CENTRO
Ao ser questionado sobre rumores de que possa encabeçar uma chapa com Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede), o candidato respondeu que não gosta de oportunismos, mas se disse honrado.
"Não gosto mesmo de oportunismos. Me honra muito a ideia de que eu possa ser o estuário de todos, mas não posso cometer a indelicadeza, sendo eu candidato, de pedir a ilustres adversários -que afinal pensam diferente de mim, têm histórias diferentes da minha, projetos diferentes dos meus- que eles abram mão de suas respectivas candidaturas", declarou.
Caso fosse procurado pelos candidatos, ele disse que evidentemente aceitaria o apoio de ambos.
"Evidentemente que aceitaria sim. A tarefa agora é proteger a democracia brasileira. Oferecer ao Brasil uma saída esperançosa em que a gente não vote contra A ou contra B, mas sim a favor do Brasil", afirmou.
Ciro também respondeu à manifestação de seus militantes, que pediram em carta na internet para eleitores de Marina e Alckmin optarem por ele. O pedetista disse pedir na verdade os votos dos brasileiros indecisos, que votam em Bolsonaro contra o PT e no PT contra Bolsonaro.
O presidenciável disse que está disposto a incorporar praticamente todos os pontos do programa de Marina, exceto a questão da autonomia do banco central, ideia que atribuiu a uma "banqueirada" que está no entorno da candidata.
De Alckmin, disse que copiaria algumas coisas. "O IVA é muito fácil, porque ele copiou de mim. Tá num livro meu, de 1995. Não é que ele copiou, porque certamente é uma boa ideia para o Brasil", disse, admitindo que se inspirou em práticas internacionais.
Fonte: FolhaPress
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