Os juízes federais decidiram que vão parar os trabalhos no dia 15 de março em protesto pela possibilidade de revisão dos benefícios concedidos à classe, como auxílio-moradia.
Segundo a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), ataques à remuneração dos magistrados são uma maneira de "punir a Justiça Federal" em função da Operação Lava Jato. A questão do auxílio-moradia será discutida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 22 de março.
Estimativa da ONG Contas Abertas indica que, de setembro de 2014 até dezembro do ano passado, o auxílio-moradia custou à União e aos Estados cerca de R$ 5 bilhões, considerando que os benefícios destinam-se a cerca de 30 mil pessoas (17 mil magistrados e 13 mil membros do Ministério Público, em todos os seus ramos). Entre eles, estão os juízes da Lava Jato.
Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, recebe R$ 4.378 por mês apesar de possuir um imóvel na capital paranaense. Já Marcelo Bretas, da Lava Jato no Rio, foi à Justiça para que ele e sua mulher, que também é juíza, recebessem o benefício. Uma resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) impede a remuneração a casais que morem sob o mesmo teto.
A paralisação foi decidida após consulta aos membros da Ajufe. "A indignação contra o tratamento dispensado à Justiça Federal se materializou", disse a instituição por meio de nota assinada pelo presidente Roberto Veloso.
"Somente a magistratura é alvo de ataques injustos e levianos", afirmou.
(Folhapress)
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