A cura para um dos vícios mais aterrorizantes da nossa era pode estar próxima, e com uma importante contribuição brasileira. Pesquisadores brasileiros testaram com sucesso nesta segunda-feira (20) a vacina contra vício em cocaína. Nesta primeira fase, os testes foram realizados em animais e ainda não há previsão sobre quando a vacina estará disponível no sistema de saúde nacional.
Os cientistas, ligados a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), estão trabalhando há mais de dois anos no projeto, que chegou a ficar alguns meses parado por falta de verbas para financiamento da ideia.
"Desenvolvemos uma molécula que estimula a produção de anticorpos contra a cocaína no sistema imunológico", afirmou à agência de notícias AFP o professor Angelo de Fátima, do departamento de Química Orgânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos responsáveis pela pesquisa.
"Esses anticorpos capturam a cocaína, impedindo-a de chegar ao cérebro, e reduzem os efeitos euforizantes da droga, o que leva o usuário a perder interesse no seu consumo", explicou o acadêmico.
De Fátima lembrou que nos Estados Unidos há pesquisas neste mesmo sentido, mas com moléculas diferentes.
"Nossa molécula é distinta da americana. A nossa carece da parte proteica", declarou, sem revelar o nome da molécula utilizada, pois "ainda não foi patenteada”.
Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o consumo de cocaína no Brasil é quatro vezes maior que a média mundial.
A princípio, a vacina só será usada por pacientes altamente motivados a parar de tomar drogas, para a prevenção do abuso de cocaína por crianças e adolescentes, ou na luta contra o crack, diz Fátima.
(Fonte: TV Cultura)
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