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Tempo de empresa não beneficia qualificado

ÉRICA FRAGA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ganho salarial que profissionais mais qualificados têm ao acumular mais experiência laboral é o triplo do aferido por aqueles com baixa escolaridade no Brasil. Cada ano a mais de emprego no mercado formal adicion

ÉRICA FRAGA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ganho salarial que profissionais mais qualificados têm ao acumular mais experiência laboral é o triplo do aferido por aqueles com baixa escolaridade no Brasil. Cada ano a mais de emprego no mercado formal adiciona 7,9% à remuneração do primeiro grupo ante 2,4% de aumento para o segundo. No entanto, quando a análise é focada apenas no vínculo com uma única empresa, a situação se inverte. Trabalhar por muito tempo para uma mesma companhia puxa para cima os salários dos trabalhadores com ensino médio incompleto em 1,3% ao ano, mas tem impacto nulo sobre os ganhos daqueles que frequentaram o ensino superior. Já a experiência pela atuação em setores específicos da economia traz ganhos para trabalhadores com diferentes níveis de escolaridade. Esses dados fazem parte de um estudo lançado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho e políticas públicas que podem ajudar a desenvolvê-las. Um dos focos foi investigar fatores que influenciam os retornos aferidos por profissionais no mercado de trabalho da América Latina. Nesse contexto, os economistas do BID fizeram cálculos específicos sobre o Brasil com base em estatísticas da Rais (Relação Anual de Informações Sociais). A base de dados oferece informações sobre as características dos trabalhadores e suas movimentações ao longo dos anos no mercado formal. A análise -que acompanhou a trajetória das mesmas pessoas entre 1986 e 2009- mostra que o vínculo com uma mesma empresa não afeta a remuneração dos profissionais mais qualificados. Segundo Julián Messina, um dos autores do estudo, isso provavelmente se explica por dois fatores interligados. As empresas brasileiras investem pouco em treinamento porque a rotatividade da mão de obra no país -assim como em outras nações da região- é muito elevada. Já os profissionais mais escolarizados se dedicam menos a desenvolver habilidades muito específicas requeridas pelas empresas por onde passam porque percebem que os ganhos extras por isso são baixos. "As empresas e os trabalhadores mais qualificados parecem presos em um equilíbrio ruim", diz Messina. HABILIDADES GERAIS Os dados sugerem que esses trabalhadores preferem acumular habilidades mais gerais que sejam "transferíveis" de um emprego para outro. Isso parece estar ligado ao fato de que as empresas no país dão grande valor à experiência adquirida ao longo do tempo no mercado. No caso dos trabalhadores menos qualificados, o prêmio salarial por trabalhar para uma mesma companhia tem impacto positivo no salário. Segundo Laura Ripani, outra autora do estudo do BID, isso provavelmente se deve ao fato de que esses profissionais têm maiores chances de progredir à medida que são conhecidos por seus chefes e empregadores. "Eles podem crescer mais nas empresas onde trabalham por mais tempo. Somente seu histórico educacional não lhes daria as mesmas oportunidades." Mas, mesmo no que se refere aos trabalhadores menos qualificados, a aprendizagem ocorrida nas empresas parece ser baixa no país. Os economistas do BID citam uma análise feita com dados da Alemanha que revelam que os ganhos salariais extras pela permanência em uma mesma companhia são muito maiores no país europeu do que no Brasil. "Os dados indicam que as empresas no Brasil -e na América Latina de forma geral- poderiam estar investindo mais em treinamento e formação da mão de obra", afirma Messina. Esses investimentos, diz o economista, teriam impacto positivo na produtividade. No caso do setor público, o estudo ressalta que os gastos com educação aumentaram bastante na região, mas tiveram efeito muito baixo no combate à desigualdade. Uma evidência disso é que jovens da região cujas mães têm baixa escolaridade continuam com desempenho acadêmico muito menor do que aqueles cujas famílias possuem maior renda. Um dos caminhos sugeridos pelo BID para aumentar a eficiência do gasto público em educação é que os governos realizem mais avaliações do impacto de seus programas e ações educacionais.

Fonte: FolhaPress

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