Moradores de prédio são acusados de instalar 'chuveiro' para afugentar moradores de rua

Um equipamento que se assemelha a um chuveiro, instalado na marquise de um edifício no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, gerou polêmica entre moradores e nas redes sociais: o “chuveirinho” teria função de afastar pessoas em situação de rua, que se abrigam debaixo do prédio.

A polêmica teve início quando o advogado Horácio Magalhães, presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, filmou os canos funcionando e despejando água na calçada. O equipamento está instalado no Edifício Roxy. Até a noite deste domingo, as imagens já tinham sido vistas por mais de 18 mil pessoas.

De acordo com o site Extra, o presidente da associação disse que não concorda com o chuveiro, mas que compreende a atitude do prédio, já que essa seria “a solução que o cidadão encontra quando o poder público não resolve o problema”.

O advogado afirmou ainda que os moradores têm medo de passar pelas calçadas, por não saber se serão assaltadas.

VERSÃO CONDOMÍNIO

O síndico do Edifício Roxy afirmou que o chuveiro teria sido instalado para regar um canteiro de plantas, mas três moradores do mesmo prédio confirmaram à reportagem do Extra que o equipamento foi colocado mesmo para afugentar pessoas em situação de rua que ficam no local.

Neste domingo (6), a secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Teresa Bergher, esteve no local para apurar as denúncias e disse que vai acionar a Secretaria municipal de Urbanismo para multar o condomínio, caso a irregularidade seja comprovada.

“Isso é um absurdo, uma irresponsabilidade e falta de humanidade. A lei nos impede de agir, porque permite que essas pessoas deixem os abrigos e voltem a dormir debaixo das marquises. Não vou aceitar nenhuma violência contra os moradores de rua”, afirmou Teresa Bergher.

Já um morador do prédio, que não quis se identificar, criticou, à reportagem do Extra, a falta de ação da Prefeitura do Rio de Janeiro.

“Já fizemos várias reclamações. Então, todo mundo concordou em instalar. Um pouquinho de água não mata ninguém. A gente não quer incomodá-los, mas temos que tomar alguma providência. Eles fumam crack, cheiram cola, fazem sexo à luz do dia, brigam toda a noite e não deixam ninguém dormir”, disse o morador.

(Com informações do Extra)