A jornalista Patricia Lélis, de 23 anos, registrou um boletim de ocorrência na última sexta-feira (14) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro. A jovem, que já se envolveu em polêmica após acusar o também deputado Marco Feliciano de assediá-la, alega desta vez ser ex-namorada do filho de Bolsonaro e o denuncia por injúrias e ameaças.
Patrícia apresentou como provas supostas mensagens recebidas do celular pessoal do parlamentar. O caso está na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do Distrito Federal.
“Como é peculiar aos políticos moralistas, ele tentou negar e sair por cima. Porém, se doeu tanto que fez um vídeo resposta! Ocorre que, se nas postagens públicas o deputado agiu como bom moço, desdenhando e negando tudo […], nas mensagens privadas o comportamento foi o de sempre: tentar abafar o caso com grosserias machistas, injúrias diversas e várias ameaças com o intuito de tentar me intimidar ou calar minha voz”, escreveu a jornalista no Instagram, ao postar uma imagem da ocorrência (abaixo).
Patrícia e Bolsonaro trocam acusações desde o dia 11 de julho. Em uma imagem divulgada nas redes sociais atribuída ao perfil de Bolsonaro filho, o parlamentar teria publicado em sua página pessoal do Facebook que uma ex-namorada foi vista em uma “balada LGBT acompanhada de um médico cubano, usando uma roupa vulgar”.
Patrícia teria respondido que a ex-namorada a qual ele se referia era ela. Além disso, a jornalista afirmou que passou três anos e oito meses com Bolsonaro em um relacionamento abusivo. Também alfinetou o deputado pedindo para ele parar de ligar dizendo que “está com saudade”.
No dia seguinte, Eduardo Bolsonaro divulgou um vídeo defendendo que tudo não passa de uma mentira, uma montagem. Ele também ressaltou que a jovem chegou a dizer, no passado, que engravidou dele, mas que abortou. Confira:
Caso Felicciano
Em abril, o Ministério Público denunciou Patrícia por falsa comunicação de crime e extorsão de Talma Bauer, então chefe do gabinete do deputado Marco Felicciano (PSC-SP).
De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, além da suspeita de denunciação caluniosa e extorsão, Patrícia acabou investigada por ameaça depois de aparecer numa gravação, obtida pela polícia, ordenando que Talma Bauer matasse um amigo dela. O assessor, que também é policial civil aposentado, se recusou a obedecer Patrícia.
Segundo o delegado, Bauer admitiu em depoimento que pagou R$ 20 mil a um amigo de Patrícia para que, em troca, ela parasse de acusar o deputado de ter tentado estuprá-la em Brasília. Essa versão foi confirmada à polícia pelo rapaz que recebeu o dinheiro, que acabou apreendido. A polícia paulista apura a suspeita de que a jornalista teria cobrado R$ 300 mil para ficar em silêncio.
Se somadas, as penas dos crimes de denunciação caluniosa e extorsão podem variar de seis a 20 anos de prisão. Na ocasião, a defesa de Lélis informou que o indiciamento foi precipitado porque nem todas as testemunhas foram ouvidas e nem as provas da jornalista apresentadas.
(Com informações de Metrópoles)
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