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Silêncio é um sinal de alerta para os pais

Seu filho passou de 1,5 ano de idade e ainda não começou a falar as primeiras palavras? Além disso, ele apresenta comportamentos incomuns, como mania de repetição, apatia ou aversão a afeto? Fique atento, pois ele pode ter Apraxia da Fala na Infância (AFI

Seu filho passou de 1,5 ano de idade e ainda não começou a falar as primeiras palavras? Além disso, ele apresenta comportamentos incomuns, como mania de repetição, apatia ou aversão a afeto? Fique atento, pois ele pode ter Apraxia da Fala na Infância (AFI), um distúrbio motor na fala, de origem neurológica, que provoca o que se conhece popularmente como “atraso de fala”.

A criança já nasce com o transtorno e pode ser associada a outras comorbidades, como autismo e síndrome de down. Mas também se manifesta sozinha, sem relação a outros distúrbios. Por isso, o tratamento para AFI é diferenciado e específico e, por isso, é preciso ter o diagnóstico correto. A maior disparidade é que nestes distúrbios não há lesão neurológica, mas sim, a falta de planejamento e controle motor necessários para que as articulações façam os gestos da fala. “A criança com apraxia entende, sabe o que quer dizer, mas não consegue falar”, resume a fonoaudióloga Ana Karina Santos.

CARÊNCIA

O diagnóstico correto e o tratamento especializado é crucial para intervir nos fonemas mais intensamente e evitar que outros problemas surjam. Por exemplo, uma criança que não consegue falar pode desenvolver outros comportamentos atípicos, como isolamento social, apatia e agressividade. E quando mais cedo o distúrbio for identificado, maiores as chances de recuperar a fala normal.

O problema é que o assunto ainda é muito recente no país e no mundo. Para se ter ideia, as discussões só se intensificaram há 10 anos nos EUA e no Brasil apenas em 2013. No Pará, segundo Ana Karina, ainda há carência muito grande de médicos especializados na questão e poucos fonoaudiólogos aptos para o tratamento específico.

“Não é um tratamento rápido. É preciso treinamento diário que trabalhe os estímulos sensoriais, além de dedicação e paciência para praticar a repetição da fala”, explica a especialista.

Fique alerta aos sinais de problemas

Crianças até 3 anos:

- Já completou 1 ano e ainda não fala as primeiras palavras, como “papá” e “mamã”
- Com 18 meses ainda não fala ou apenas usa gestos de apontar
- Com 2 anos fala pouco (apenas algumas sílabas ou palavras isoladas) e ainda não combina palavras
- Com 2 anos e meio ainda não fala pequenas frases .
- Brinca pouco, interage pouco, é muito agitada ou muito quietinha
- É desatenta, não olha ou é indiferente às situações
- Não sabe brincar ou não se interessa pelos brinquedos que os pais compram

Crianças mais velhas (depois dos 4 anos):

- Os pais perguntam por objetos e não responde ou confunde os nomes
- Os pais conseguem compreender o que fala
- Dificuldade de compreensão e para aprender novas palavras;
- Dificuldade para produzir frases novas
- Dificuldade para contar histórias e relatos
- Não consegue manter uma conversa
- Dificuldade de aprendizado
- Alterações na fluência da fala: repetição de sílabas, de palavras, com tiques associados)
- Entrou na escola e após 3 meses não apresentou evolução na fala
- Pobre interação social
- Dificuldade de coordenação motora, com dificuldade para segurar e manusear os objetos
- Dificuldade para mastigar e deglutir.

FONTE: Fonoaudióloga Elisabete Giusti

Pais encontram dificuldades no diagnóstico

O técnico em eletrônica Ricardo Lima, 37 anos, e a dona de casa Graciete Barbosa, 37, enfrentaram dificuldades quando perceberam que o filho Nicolas Gonçalves, hoje com 5 anos, apresentava comportamentos incomuns ao tentar se comunicar. Com 1 ano de idade, sabia engatinhar e andar, mas nenhum sinal de fala. Eles, então, levaram o pequeno ao médico, que disse para esperar e que estava tudo bem. “Ao mesmo tempo que não falava, apresentava outros comportamentos atípicos, como repetição e agressividade, e a gente sentia que não era normal”, lembra o pai.

Depois de 3 anos de buscas pelo diagnóstico correto, chegaram, em setembro do ano passado, a uma conclusão: o garoto tinha Apraxia. “A gente começa a entender o que ele quer e o que precisa, ele participa mais da rotina e até mesmo o carinho aumentou”, conta a mãe.

A economista Fabrícia Araújo, 36, passou por situação similar com o filho Pedro Araújo, 3 anos. Com 1 ano, ainda não falava nada. Para se comunicar, era preciso segurar na mão dos pais e levar até o objeto que queria, como água, por exemplo. Na época, a família morava em Porto de Trombetas e precisava viajar a Belém constantemente em busca de assistência. Fabrícia largou o emprego e mudou-se para a capital, para se dedicar em tempo integral ao menino. Até que obteve o diagnóstico com especialista de outro Estado e, a partir de então, a criança passou a ser tratada. Em 4 meses, a mãe já sente a diferença. “Fico feliz de não ter ouvido os médicos que falaram para esperar porque agora ele já socializa mais e, aos poucos, vamos progredindo”, diz.

PARA ENTENDER - AFI

O que é? A Apraxia da Fala na Infância (AFI) é um distúrbio motor na fala de origem neurológica. Pode ser associada a outras comorbidades, como autismo e síndrome de down, ou pode se manifestar sozinha, quando é chamada Apraxia Pura, sem estar relacionada a esses outros distúrbios.

Sintomas - Fala espontânea alterada, dificuldade de se expressar verbalmente, repertório de fonemas limitado e ritmo de fala incomum.

Diagnóstico - Ao perceber possíveis sinais do distúrbio, é preciso levar a criança a um fonoaudiólogo especializado em transtornos da fala para fazer a avaliação clínica.

Tratamento - Terapia intensiva e diária para habilitar o planejamento e controle motor necessários para produzir a fala inteligível.

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)

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