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"Ele chamou por mim", diz mãe de travesti morto

O vídeo da morte da cearense Dandara dos Santos, 42 anos, chocou o mundo. Travesti, ela foi espancada em plena luz do dia em uma rua de Fortaleza, no dia 15 de fevereiro. As cenas cruéis foram filmadas e mostram ela recebendo chutes, pauladas e xingamento

O vídeo da morte da cearense Dandara dos Santos, 42 anos, chocou o mundo. Travesti, ela foi espancada em plena luz do dia em uma rua de Fortaleza, no dia 15 de fevereiro. As cenas cruéis foram filmadas e mostram ela recebendo chutes, pauladas e xingamentos de, pelo menos, quatro homens. A mãe de Dandara decidiu se pronunciar e expôs seu drama ao governador do Ceará, Camilo Santana.

“Açoitaram meu filho, governador. Fizeram tanta coisa ruim com ele… Eu não tive coragem de ver, mas me contaram tudo. O senhor sabia que o sangue dele escorria pelo rosto, e ele ia limpando com a mãozinha assim? Minha maior dor é que ele chamou por mim. Enquanto batiam nele, ele dizia: ‘Eu quero minha mãe. Cadê a minha mãe?’ E eu não estava lá”.

A frase é de Francisca Ferreira de Vasconcelos, 74 anos. Ela foi dita entre lágrimas para o governador do Ceará durante uma reunião de militantes LGBT no Palácio da Abolição, de acordo com O Povo.

As fortes declarações não ficaram por aí. “Será que foi uma missão que Deus deu para meu filho? Dele ser sacrificado para ter essa repercussão internacional toda e mudar essa situação?”, questionou. “Desculpe por eu estar chorando, governador, mas eu não consigo parar de chorar.”

Omissão
O caso fez com que, novamente, grupos LGBT apontassem a omissão das autoridades na tentativa de coibir a homofobia. De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia, somente em 2016, 144 travestis foram assassinadas no Brasil. Apesar de ainda ser março, 2017 já tem 23 homicídios contabilizados.

Em entrevista à BBC, Francisca lembrou com carinho de Dandara. “Ela acordava logo cedinho, às 5h já estava de pé e, às 6h, o café já estava na mesa. Meu filho era querido por onde passava. Todo mundo aqui na rua brincava com ele, os garis, as meninas da padaria, todo mundo”, disse.

A morte não é apenas a única dor com a qual ela tem de lidar. Francisca não consegue entender a homofobia que fez com que sua filha morresse. “Meu filho (Dandara) não tinha inimigos, ele foi morto por preconceito. Por ser travesti, ele vivia sendo humilhado. Agora eu pergunto, qual o problema de ser assim, me diga?”, questionou.

As travestis foram o segundo grupo em número de vítimas fatais em ataques homofóbicos no ano passado. Dentre 343 assassinatos de pessoas LGBTS, 173 eram gays (50%), 144 (42%) trans (travestis e transexuais), 10 lésbicas (3%), 4 bissexuais (1%), além de 12 heterossexuais que mantinham relações com transsexuais.

(Com informações de O Povo)

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