CFMV expõe revolta contra curso a distância

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) encaminhou na quinta-feira (02) passada, um ofício ao Ministério da Educação (MEC) pedindo esclarecimentos sobre o registro de um curso de Medicina Veterinária à distância. Segundo o orgão, o curso de medicina veterinária só é possível através de aulas presenciais.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Pará (CRMV-PA) manifestou publicamente apoio ao posicionamento do CFMV. Em nota publicada nas redes sociais, o CRMV-PA contesta o curso a distância, informando que a Medicina Veterinária é uma profissão de formação teórico-prática, o que impossibilita a atividade de cursos integralmente a distãncia.

O Caso

O CFMV decidiu pedir explicações ao MEC após verificar que consta como legalmente registrado no sistema eletrônico do ministério, um curso de bacharelado em Medicina Veterinária a distância, ministrado pelo Centro Universitário Facvest, de Santa Catarina.

No documento, é solicitado que o MEC informe os detalhes do curso a distância e os critérios utilizados para regularização do bacharelado. O CFMV também pediu que seja enviada uma cópia do relatório de autorização do funcionamento do curso.

"Primeiramente queremos respostas aos nossos questionamentos junto ao MEC. Daremos prazo razoável para que as respostas nos cheguem. Esperamos que tenha sido algum erro de informação, caso contrário usaremos de todos os meios legítimos e legais para impedir essa aberração, se verdadeira. Recomendamos aos jovens que não se inscrevam nessa modalidade de ensino, que para nós é um verdadeiro estelionato", afirma o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda.

Resposta da Facvest

A Facvest se manifestou, informando que o curso será oferecido a partir desse semestre em três cidades, e que ele tem como previsão um currículo majoritariamente à distância, mas com um número limitado de aulas presenciais.

A instituição definiu o curso como "semipresencial", uma modalidade reconhecida pelo MEC para os cursos com, no máximo, 20% da carga horária oferecida a distância.

"Fato Revoltante"

"Consideramos o fato revoltante. A nossa comissão é um órgão consultivo do governo para essas questões e não fomos questionados", afirma o presidente da Comissão Nacional de Educação em Medicina Veterinária do CFMV, Felipe Wouk.

O CFMV reconheceu progressos no emprego da metodologia do ensino a distância como parte de um processo de ensino, porém ressaltou que as limitações no seu alcance para a formação teórico-prática de um médico veterinário, podem gerar riscos à vida humana, animal e ao meio ambiente.

“Para formar um médico veterinário deve haver uma tutoria presencial e muito próxima em laboratórios, clínicas, hospital, fazenda e outros espaços. Um curso totalmente a distância não permite esta condição”, ressalta Felipe Wouk.

(DOL)