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POLÍCIA

'O caso está alarmante, muito grave', diz diretor após mortes de 40 agentes de segurança

A violência contra agentes de segurança, em especial a policiais militares, chegou a um estado de descontrole total. A avaliação é do cabo Francisco Xavier, diretor da Associação Nacional de Cabos, Soldados e Bombeiros – Região Norte. Com os dois policia

A violência contra agentes de segurança, em especial a policiais militares, chegou a um estado de descontrole total. A avaliação é do cabo Francisco Xavier, diretor da Associação Nacional de Cabos, Soldados e Bombeiros – Região Norte.

Com os dois policiais mortos e outros seis feridos, de sábado para domingo, em Belém e Barcarena, subiu para 33 o número de PMs assassinados no Pará somente este ano.

“Isso não pode ser considerado normal. O caso está alarmante, muito grave. A área de segurança pública precisa tomar uma providência e pra já”, questiona Xavier.

Segundo ele, há seis anos a categoria já vem avisando as autoridades sobre a presença de facções criminosas no Estado. “Disseram que estávamos blefando, mas a situação está aí, sem controle, para provar que estávamos certos”, questiona. Para a entidade, os crimes deste fim de semana estão relacionados às fugas que aconteceram recentemente em diversas casas penais do Pará.

Segundo Xavier, sempre que elas ocorrem, os fugitivos sempre procuram atingir policiais, como forma de vingança.Fora isso, existe uma total omissão do governo do Estado em tomar medidas que realmente resolvam ou amenizem o problema.

Para a Associação falta comprometimento dos governos estadual e federal em investir em segurança pública. A polícia trabalha, hoje, com pouco efetivo, más condições de trabalho e baixa remuneração. Para se proteger, o policial quase não sai mais de casa e quando sai opta por ambientes familiares.

Outra medida tem sido a de se mudar da periferia, considerada área vermelha, para lugares em tese menos violentos. “Estamos pagando pelo aumento da criminalidade e pela omissão do Governo. Tá todo mundo de braço cruzado enquanto nossos colegas estão perdendo a vida”, critica.

40 AGENTES MORTOS

Com os casos do último final de semana, já chegou a 40 o número de agentes de segurança pública mortos de janeiro a 22 de julho de 2018, sendo 33 Policiais Militares, dois Policiais Civis, dois Agentes Prisionais e três guardas municipais.

Por meio de nota a PM informou que Centro Integrado de Psicologia e Assistência Social (CIPAS) da PM presta o apoio aos familiares.Durante ronda policial realizada na noite do sábado (21), no bairro Terra- Firme, policiais militares em uma viatura foram recebidos a tiros ao entrar na rua José Priante e reagiram. Nenhum PM foi atingido.

Proteção

Como medida para impedir a morte de mais policiais, o governo do estado anunciou a criação do Centro Estadual de Inteligência, mas não informou a data de início de funcionamento do centro. Estão previstas atividades dentro do Centro Regional, ampliando a cobertura e a troca de informação no combate ao crime organizado na região. No espaço, também vai funcionar a Divisão Especial de Investigação de Crimes contra Agentes Públicos, especialmente, policiais civis e militares.

Já são 33 mortos só esse ano

Em apenas 48h, cinco policiais militares foram vítimas da violência em Belém, no último final de semana. Um deles policiais, o cabo Carlos Ítalo da Silva Dionísio, morreu após ser baleado por criminosos enquanto trabalhava, no conjunto Eduardo Angelim, bairro Parque Guajará.

O outro PM morto foi o sargento Renato da Silva Alves, em Barcarena, no nordeste paraense. A cabo Flávia, recebeu um tiro no peito, por sorte, atingiu o colete e ela passa bem. Com isso, sob para 33 o número de PMs mortos e 13 baleados somente esse ano no Pará.

Por volta das 19h do último sábado (21), os dois policiais realizavam ronda naquele conjunto, cada um em uma motocicleta. Ao dobrar em uma rua atrás da Escola Municipal Ciro Pimenta, próximo à comunidade Irmã Dulce, os cabos se depararam com dois homens em uma motocicleta e resolveram fazer abordagem, porém, eles não obedeceram à ordem e o carona passou a atirar contra os policiais.

O cabo Dionísio, como era mais conhecido, recebeu um tiro supostamente no braço. O policial foi socorrido até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Icoaraci, mas não resistiu e morreu em poucos minutos. Segundo informações preliminares repassadas por policiais militares, a bala perfurou o tórax do PM.

ESCAPARAM

Após o baleamento, os criminosos conseguiram escapar sem deixar pistas. Durante a noite de ontem, várias equipes da Polícia Militar se mobilizaram para tentar localizar a dupla. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso. Enquanto isso, familiares e colegas de farda dos policiais atingidos, foram até à UPA.

Consternados, preferiram não conversar com a imprensa. Um policial – que não será identificado – também amigo de Dionísio, comentou ao DIÁRIO, que o colega estava há 13 na corporação e estava lotado no 10º Batalhão, assim como Flávia. Policiais da Divisão de Homicídios também estiveram na unidade de saúde coletando informações sobre a morte do cabo. O cabo Dionísio deixou esposa e um casal de filhos adolescentes.

Na tarde de sábado (21), o sargento da PM, Ronaldo Leal, foi atingido com tiro na perna, no bairro da Sacramenta, em Belém. Ele tentou impedir um assalto dentro de um ônibus da linha Marex/Centro. Na troca de tiros, outro passageiro ficou ferido, mas não corre risco de morte.

Já na sexta-feira (20), cerca de 24h antes dos três baleamentos, o cabo Alberto Barbosa da Silva também foi vítima da violência. Ele foi baleado na passagem Mucajás, entre tv. 3 de Maio e pass. Albi Miranda, bairro do Guamá. Alberto foi levado para o hospital, o estado de saúde dele é estável.

SUSTO

Os atentados contra os policiais assustaram a sociedade e, sobretudo, a categoria. O vereador Sargento Silvano (PSD), denuncia o descaso do poder público com os agentes de segurança. “A gente vê a PM à mercê da negligência do Estado. Àqueles que deveriam proteger o Estado estão morrendo, simplesmente por uma política pública incompetente”, critica.

Ele lembrou da atitude do ex-ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, que no ano passado, apoiava a intervenção federal no Estado do Pará para combater a grave crise de segurança pública, devido aos altos índices de violência, incluindo a morte de policiais.

“Mas, não houve (intervenção) por negligência e vaidade. Com isso, a violência cresceu, o Governo colocou policiais nas ruas para ‘fazer capa’, não combate o crime em si e o bandido cresce”, diz. “Por que o senhor Simão Jatene [governador] não aceitou a intervenção federal no nosso Estado?”, questiona.

Além de ser assassinado, sargento PM ainda teve a arma roubada

A onda de crimes contra agentes de segurança pública no Pará chegou a Barcarena, na região do Baixo Tocantins, e transformou em vítima um sargento da Polícia Militar.

O sargento Renato da Silva Alves foi assassinado a tiros na madrugada de ontem, quando estava na frente da própria casa com a família e amigos, na travessa da Matriz, entre as ruas Tomé Serrão e João Pantoja de Castro em Barcarena.

Segundo informações de testemunhas, os criminosos estavam em um carro que pa,rou em frente à casa do policial e já saíram atirando não dando nenhuma chance de defesa ao sargento que era muito estimado dentro da corporação e pela comunidade.

Segundo os primeiros levantamentos, o sargento teria sido vítima de um latrocínio. Além dele o cunhado também foi atingido pelos disparos de arma de fogo, sendo que o militar não resistiu e morreu no local, enquanto o cunhado foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal de Barcarena. A arma do sargento foi levada pelos bandidos.

Dos quatros criminosos que participaram do latrocínio, três acabaram morrendo durante interceptação das guarnições.

Os corpos dos suspeitos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Abaetetuba para serem identificados e necropsiado, uma vez que não portavam documentos. Durante o domingo foi intensa a movimentação para o reconhecimento.

Grupos de militares mantêm o cerco em área de mata de Barcarena no intuito de capturar o quarto criminoso que já foi identificado. Em nota a Polícia Militar lamenta o falecimento do 3º sargento Renato da Silva Alves, lotado na 2ª Companhia de Barcarena. Informando que o Centro Integrado de Psicologia e Assistência Social da PM presta o apoio necessário aos familiares.

Renato da Silva Alves era um renomado policial de Barcarena onde atuava há mais de 15 anos, recebendo condecorações e elogios. Ele deixa um casal de filhos.

POLICIAIS ASSASSINADOS EM 2018

1º Sargento Wladimir Odylo Giliberti de Matos
2º Cabo Richard Farias de Souza
3º Sargento João Francisco de Oliveira Lameira
4º Cabo Wagner Santa Rosa
5º Sargento Márcio Eliseu Pojo Rodrigues
6º Cabo Rosalva Maria Corrêa de Holanda
7º Cabo Marcelo Costa de Carvalho
8º Soldado Washington Luiz do Rosário
9º Sargento PM Antônio Daves Martins
10º Cabo Jeferson Maciel dos
11º Sargento Reginaldo da Silva Souza
12º Sargento Marinaldo Maia de Souza
13º Cabo Deyvison César Braga de Oliveira
14º Cabo José da Silva
15º Cabo José Antônio Pinheiro
16º Cabo reformado Valdomiro de Oliveira Bastos
17º Subtenente da reserva João Bosco Vieitas de Sousa
18º Cabo Hernani Rogério Silva da Costa
19º Cabo Ivaldo Joaquim Nunes da Silva
20º Sargento da reserva da PM Reginaldo Messias da Silva
21º Cabo Mária de Fátima Cardoso dos Santos
22º Cabo PM Jeferson Rodrigues Gaia
23º Sargento PM Carlos de Lima Mourão
24º Cabo PM Josias Santos Favacho
25º Sargento Sebastião Rosário Miranda
26º Subtenente Elias Brasil Silva
27º Soldado Demétrio
28º Cabo Giorgio Salame
29º Cabo Delson Luiz Rodrigues da Silva
30º Cabo Silney Ferreira Mendonça
31º Cabo Kenny Danilo Lima Gusmão
32º Cabo Carlos Ítalo da Silva Dionísio
33º Sargento Renato da Silva Alves

(Michelle Daniel, Dominick Giusti, Leidemar Oliveira e Da Redação)

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