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MÚSICA

Tenor paraense concorre ao prêmio Estrela Emergente 2018 da Ópera de São Francisco

Estabelecido como um dos mais procurados tenores de sua geração, o paraense Atalla Ayan foi indicado ao prêmio Estrela Emergente 2018, da Ópera de São Francisco, nos Estados Unidos, por seu desempenho como Alfredo Germont em “La Traviata”. Participam com

Estabelecido como um dos mais procurados tenores de sua geração, o paraense Atalla Ayan foi indicado ao prêmio Estrela Emergente 2018, da Ópera de São Francisco, nos Estados Unidos, por seu desempenho como Alfredo Germont em “La Traviata”. Participam com ele outros 12 concorrentes do mundo todo, como a soprano coreana Hye Jun Lee e o barítono norte-americano David Pershall. A votação é pública e online, até 31 de julho, sendo permitido que cada pessoa vote uma vez ao dia.

A premiação é realizada desde 2016, inclui um estímulo em dinheiro ao vencedor, sendo promovida pela Fundação de Talentos Emergentes, do casal Jan e María Manetti Shrem, cujas doações são fundamentais para a Ópera de São Francisco. Em um vídeo que divulga o início das votações, eles afirmam que é de grande importância valorizar os novos talentos da ópera pelo mundo, pois são eles que trazem nova força, energia e entusiasmo aos palcos, ajudando a cativar também novas plateias.
“Sinto-me honrado por ter sido nomeado para o prêmio da estrela emergente do ano pela Ópera de São Francisco. Muito obrigado pelo seu apoio”, postou o tenor no Facebook, indicando aos internautas sobre a votação.

Com música de Giuseppe Verdi e libretto de Francesco Maria Piave, a montagem de “La Traviata” cantada toda em italiano foi a estreia de Atalla Ayan na Ópera de São Francisco, a segunda maior da América do Norte. Radicado na Europa e membro da Ópera de Stuttgart desde 2012, o artista tem sido igualmente bem recebido em outras grandes casas internacionais, como a Metropolitan Opera, onde no ano passado dividiu o palco com Plácido Domingo, tornando-se um dos quatro brasileiros – e único paraense – a cantar papéis principais naquele palco.

Na mesma temporada de 2017, passou pela Royal Opera House, Covent Garden, também como Alfredo, Ruggero em “La Rondine”, e como Don Ottavio em “Don Giovanni”; e pelo Teatro alla Scala, no papel de Nemorino em “L’Elisir d’Amore”. Na página para votação é possível assistir a um trecho da apresentação em São Francisco. Alguns paraenses, amigos e antigos colegas de música de Atalla já têm ajudado a divulgar o endereço e parabenizado o artista nas redes sociais.

Atalla com a soprano francesa Isabelle Sabrie (Foto: Divulgação)

Do Pará aos grandes palcos do mundo

Atalla Ayan entrou para o Conservatório Carlos Gomes aos 15 anos e com uma bolsa de estudos participou de um curso em Missouri, nos Estados Unidos. Isso deu a ele a oportunidade participar de um concurso de canto em Nova York, e assim sua voz chegou a ouvidos de importantes produtores e diretores internacionais. Uma bolsa integral para um ano de estudos na Itália, seguida de uma vaga conquistada no Young Artists Program do Metropolitan, e logo o paraense estava escolhendo sua residência profissional com a Ópera de Stuttgart, onde mora até hoje. Mas o início desta sólida carreira foi “de ouvido”.

“Meu tio materno Ibrahim Ayan me criou como pai e com ele escutava vinis de Pavarotti. Mas a vontade de cantar foi despertada mesmo por Andrea Boccelli, que passei a imitar. Cantava nos casamentos!”, disse em entrevista ao jornal “O Globo”, no ano passado.

Com um currículo invejável, o tenor, que integrou o Coro Marina Monarcha e o extinto Coro Municipal de Belém, cantou no Brasil em 2010 (“Romeu e Julieta”, de Gounod, no Rio de Janeiro, em 2013 (“Bohème”, de Giacomo Puccini, em São Paulo), e sonha em lançar um CD. Mesmo com agenda concorrida, não exclui os planos de voltar a se apresentar no Brasil. “Quem sabe a gente consegue uma brecha em 2018?”, disse, à época.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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