Escola no Tapanã continua abandonada

Pela terceira vez, só este ano, uma equipe do DIÁRIO retornou à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Nossa Senhora de Guadalupe, no Tapanã, para verificar se a Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc) cumpriu com a promessa de iniciar as reformas prometidas. A equipe não foi autorizada a entrar, mas, mesmo do lado de fora, pôde notar apenas uma diferença. O mato que rodeava os prédios da escola foi cortado e queimado.

Ontem, não havia nenhuma movimentação de trabalhadores. Uma funcionária, que não quis se identificar, deixou claro que a escola continua sem reformas e os alunos foram dispensados há dois meses. “Os professores não querem dar aula nessas salas. Nada aqui mudou. Está é pior”. A informação da funcionária é reforçada por Amarildo Portilho dos Santos, 47 anos, pai de um aluno. Junto com outros pais, ele protestou mais uma vez, em frente à escola, na semana passada, contra a falta de respostas da Seduc. “Aqui não tem obra nenhuma. Está tudo parado. Já pensei em tirar meu filho daqui, mas só tem escola mais longe e aí fica mais difícil. O jeito é a gente se sujeitar a isso”, diz ele.

Em 24 de março, pais, alunos e professores foram às ruas para protestar contra a falta de bomba de água, que havia sido roubada. Em setembro, já com a bomba, alunos externaram a preocupação com a qualidade da água. Imagens enviadas à redação do DIÁRIO denunciavam banheiros masculino e feminino com portas quebradas ou encostadas. Um ambiente totalmente sem privacidade.

Nas imagens, ainda era possível ver salas divididas por compensados. Os alunos reclamavam dos ventiladores quebrados e intenso calor. Procurada, a Seduc afirmou que houve um atraso no início da reforma da escola e que alguns reparos emergências estão sendo feitos. E declarou que, no próximo dia 18, deve iniciar a reforma.

(Renata Paes/Diário do Pará)