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Água boa só no nome do bairro em Outeiro

Pelo menos 4 vezes por semana, os dias do marceneiro Silvio Cézar, 44 anos, iniciam com uma caminhada até a casa de seu vizinho, na rua Jader Barbalho, bairro da Água Boa, distrito de Outeiro. Com os braços ocupados por garrafas de plástico, ele precisa r

Pelo menos 4 vezes por semana, os dias do marceneiro Silvio Cézar, 44 anos, iniciam com uma caminhada até a casa de seu vizinho, na rua Jader Barbalho, bairro da Água Boa, distrito de Outeiro. Com os braços ocupados por garrafas de plástico, ele precisa retirar, no poço do vizinho, a água que não lhe chega até as torneiras. “Todo esse verão a gente tem passado assim, sem água”.

Já sem acesso a asfalto e saneamento, quem mora no Água Boa ainda padece com o constante desabastecimento, o que também faz com que o nome do bairro se torne, inclusive, uma ironia. Segundo Silvio Cézar, o problema já se estende há, pelo menos, 4 meses, sem que nenhuma solução definitiva seja apresentada. “A bomba quebra, a água para de vir, passa muito tempo e, quando volta, vem fraca e suja. Mas não demora e a bomba quebra de novo”.

O marceneiro afirma que é da água que retira na casa do vizinho é que a sua família cozinha, lava e bebe. “O jeito é pegar água do poço do vizinho. Mas a conta de água não falha, chega sempre”, afirma, indignado. Assim como Silvio, outros vizinhos procuraram a casa do pedreiro Manoel Pereira, 71 anos, para obter água do poço. “Aqui em casa só tem água por causa do poço, que nunca secou. O pessoal vem aqui e eu sempre deixo pegar”.

BALDES

Se não fossem os baldes carregados com esforço, a dona de casa Thainá Silva, 25 anos, mal conseguiria tomar banho antes de sair de casa. Moradora da rua Getúlio Vergas, no mesmo bairro da Água Boa, não é sempre que ela consegue ter água caindo pelo chuveiro de casa. “Ontem íamos sair, mas tivemos de colher água com o balde pra tomar banho porque a água tava muito fraca e não chegava no chuveiro”. Há dias em que, mesmo nas torneiras mais baixas, não se consegue mais do que um filete de água. “Se eu ligo a torneira aqui, a vizinha fica sem água. E, mesmo assim, a água que vem é sempre fraquinha”.

A autônoma Érica Mendonça, 39 anos, denomina a situação enfrentada pelos moradores do bairro como um “sofrimento”. Na rua Piquiarana, a água só consegue ser desfrutada no período da noite. “Antes, o abastecimento era normal, mas de uns 4 meses pra cá começou esse sofrimento”.

Diante da pia cheia de louças por lavar, os serviços domésticos ficam prejudicados. “Às vezes não dá mais nem vontade de fazer comida mais. A gente é obrigado a passar a noite colhendo água pra usar de manhã porque, depois das 12h já não pinga nada”. A Prefeitura Municipal de Belém foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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