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Manifestantes relatam violência da polícia

O protesto ocorrido na noite da segunda-feira (24), em Belém, terminou em confronto entre a Polícia Militar e os manifestantes. Diferente da versão oficial divulgada pela PM, de que a ação dos agentes de segurança Estado foram somente uma reação à violênc

O protesto ocorrido na noite da segunda-feira (24), em Belém, terminou em confronto entre a Polícia Militar e os manifestantes. Diferente da versão oficial divulgada pela PM, de que a ação dos agentes de segurança Estado foram somente uma reação à violência dos manifestantes, algumas pessoas que testemunharam os momentos de confronto procuraram o DOL para contar suas versões sobre a postura adotada pela polícia.

Os problemas iniciaram quando a Policia Militar (PM) prendeu alguns manifestantes e os levaram para um micro-ônibus. O veículo transportaria os suspeitos à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil.

Segundo uma estudante de jornalismo que estava no local, mas não quis se identificar, a repressão policial começou quando um PM descumpriu um suposto acordo de que os manifestantes poderiam acompanhar o veículo até a delegacia para garantir a integridade física dos detidos.

“Depois que soubemos dos presos, fomos até os policiais e perguntamos quais as acusações. Por que as pessoas estavam detidas? Mas não obtivemos resposta e resolvemos sentar na frente do micro-ônibus para evitar a saída com os presos. Foi quando a OAB e a Defensoria Pública chegaram e tentaram negociar com a gente. Depois de muito tempo de negociação, aceitamos sair da frente do ônibus, com a condição de irmos ao lado do ônibus da polícia. Nessa hora a polícia arrancou com o ônibus, descumprindo o acordo, gerando grande revolta entre os manifestantes. Tentamos correr novamente pra frente do ônibus e foi aí que a policia começou a atirar, jogar spray de pimenta e bombas de gás”, descreve a manifestante.

BARRICADA

A estudante também contou que a barricada montada na esquina da avenida 16 de Novembro com a avenida Tamandaré, no bairro Cidade Velha, foi feita para que os manifestantes pudessem fugir das bombas e tiros do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

“Com o ataque furioso da polícia, tivemos que fazer aquela barricada porque eles seguiram pela 16 de Novembro (avenida) soltando balas e bombas por todos os lados. Vinham avançando todos montados com os escudos. Estávamos correndo e eles não paravam de nos atacar” alega.

INTIMIDAÇÃO

O estudante e membro do Coletivo Vamos à Luta, Julio Miragaia, também procurou a reportagem do DOL para contar o que sofreu durante a ação policial. Segundo ele, os policiais militares fizeram perseguições nas ruas do bairro Cidade Velha e cometeram vários abusos.

“Eu já tinha saído da manifestação e estava na parada de ônibus para ir para casa com uns amigos, quando os carros da Rotam chegaram. Nós corremos e fomos ameaçados com armas apontadas nas nossas caras por três viaturas diferentes. Ficamos das 22h30 até 23h30 atrás do shopping Pátio Belém com um grupo de 18 pessoas com medo de sermos atacados pelos policiais. Vimos pessoas pegando tiros à queima roupa de forma gratuita, gente que nem estava na manifestação”.

Para Julio, a repressão tem motivação política e visa deter o movimento dos jovens. “A repressão da polícia foi muito autoritária. Isso tem a ver com uma orientação política do Governo do Estado e do município para acabar com o protesto, para criminalizar o movimento. E infelizmente isso tem colaboração de grande parte mídia, que hoje (terça-feira) distorceu os fatos”, acredita.

POLÍCIA

Em nota em seu site, a Polícia Militar do Estado do Pará afirma que “a tropa do Batalhão de Polícia de Choque, mais uma vez, teve de atuar no controle de distúrbios civis, utilizando a munição química prevista para situações que atentem contra a integridade física das pessoas e que provoquem desordem, depredação ou atos similares que se caracterizam pelo uso de rojões, pedras, paus e todo e qualquer material utilizado com arma ou munição por pessoas irresponsáveis e muitas destas, criminosas”.

Na mesma declaração, a PM-PA afirma que a barricada montada pelos manifestantes não foi obstáculo para que os presos fossem levados à DRCO e que a tropa do Comando de Missões Especiais deteve nove pessoas que irão responder pelos atos nocivos praticados.

A Polícia Militar afirmou em nota enviada ao DOL na noite desta terça-feira (25) que a "Corregedoria da PMPA está aberta para as denúncias por parte de quem se sentiu prejudicado pela ação de algum policial militar".

(Felipe Melo/DOL)

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