Jatene reassume governo hoje

O governador do Pará, Simão Jatene, reassumiu ontem o cargo, após ficar afastado por 30 dias atendendo a recomendações médicas. No dia 27 de fevereiro, o governador se submeteu a uma cirurgia para colocação de um stent (prótese que restaura o fluxo sanguíneo).

A ideia era retornar ao trabalho uma semana depois, mas os médicos recomendaram que o repouso fosse estendido e Jatene passou o cargo ao vice, Helenilson Pontes. Mais magro, Jatene chegou ao Comando Geral da PM, onde costuma despachar, no início da noite de ontem.

Estava acompanhada da mulher, Ana, e foi recebido por deputados, secretários, presidentes de autarquias e servidores públicos, além de Helenilson Pontes, a quem agradeceu pelo trabalho no último mês. Além da transmissão simbólica do cargo, o evento serviu para comemorar os 64 anos do governador, que fez aniversário ontem.

BOLO

Jatene foi recebido com música e teve direito a bolo de aniversário, que acabou dividindo com o titular da Secretaria Especial de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Leão, que também fez 64 anos ontem.

Para os jornalistas, Jatene contou que está mais atento à saúde, fazendo caminhadas e praticando pilates, além de estar procurando fazer as refeições em horários regulares, conforme recomendaram os médicos que o atenderam em São Paulo.

“A questão é saber por quanto tempo”, brincou o governador, admitindo que não é disciplinado com horários. “Estou me sentindo bem, mas não vou ficar naquela conversa de que estou zerado. Já passei dos 60. Parece que o ‘lá de cima’ puxa a orelha da gente e diz: ‘Olha, é preciso cuidar do corpo”.

Repetindo várias vezes estar satisfeito com o fato de que não houve interrupção nos programas de governo durante a ausência, Jatene disse que, a partir de agora, a prioridade é o conjunto de projetos que compõem o chamado “Pacto pela Educação” e as negociações na tentativa de regulamentar o repasse, por parte da União, das compensações do Lei Kandir aos estados exportadores como o Pará.

Lei das compensações entre as prioridades

Sobre a Lei Kandir, o governador explicou que a atuação se dará em duas frentes. No Supremo Tribunal Federal (STF), o governo do Pará deve pedir regulação da lei das compensações. No Congresso, a ideia é articular para que seja apresentado um projeto de lei que trate do tema com apoio de outros Estados.

Em relação à educação, a ideia é enviar projeto de lei à Assembleia Legislativa para transformar em lei as exigências para servidores que vão assumir cargos de direção em escolas.

Jatene afirmou que, mesmo oficialmente afastado, continuou acompanhando a situação do Estado e que a recomendação ao vice era “tocar os projetos”.

AFASTAMENTO

“É sempre uma decisão difícil (a de se afastar do cargo) menos pelos boatos e mais pelo peso da responsabilidade. Alguém me contou que disseram que eu estava muito mal, que estava morrendo, mas teve também muita oração, muita vibração positiva”.

Nesta semana Jatene deve fazer despachos internos, no gabinete que mantém no comando da PM, sem agenda externa.

Nos 30 dias em que ficou à frente do governo, Helenilson viajou para Santarém e Marabá, principais centros das ideias separatistas no Pará. O vice admitiu que o desejo de criação de novos estados nessas regiões (oeste e sul) permanece, mas disse que o governo tem trabalhado para reduzir as queixas provocadas pelo abandono do poder público.

(Diário do Pará)