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IPI reduzido quebra revenda de usados

Desde a decisão do governo em reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cerca de 4,5 mil lojas de seminovos fecharam as portas em todo o país entre março e julho, segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Aut

Desde a decisão do governo em reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cerca de 4,5 mil lojas de seminovos fecharam as portas em todo o país entre março e julho, segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

No Pará, a crise também bateu forte: cerca de 40% das 300 revendas encerraram as atividades nos últimos meses, o que representa cerca de 120 empresas, atesta a Associação de Revendedores de Veículos Automotores do Pará (Assovepa). Muitas lojas tinham mais de 10 anos de funcionamento.

O mercado de automóveis usados vem sofrendo pelo crescimento da oferta de automóveis novos. As pessoas tendem a comprar os novos e colocam os usados no mercado. Então, a tendência é a desvalorização dos usados.

Segundo Antônio Louro, presidente da Assovepa, a redução do IPI para carros novos provocou queda no preço dos veículos usados e retração no mercado. “Muitos revendedores tinham um estoque grande antes da redução do imposto. Como o preço caiu, a perda foi grande. Quem tinha um estoque avaliado em R$ 1 milhão, por exemplo, perdeu pelo menos 10% do valor desse estoque”, contabiliza Louro.

Com o IPI menor para os novos, houve uma desvalorização de 10% a 15% no preço dos usados, contabiliza a entidade. “Em maio, os estoques estavam lotados de carros comprados por um preço superior. Isso prejudicou os comerciantes, pois eles tiveram que vender por um valor mais baixo”, explica Ilídio Gonçalves dos Santos, presidente da Fenauto.

CRÉDITO
Além do imposto menor, os revendedores avaliam que a restrição de crédito, provocada pela inadimplência, também contribuiu para a queda nas vendas. Antônio Louro explica que há 10 anos as financiadoras davam prazo de 84 meses sem entrada. “Ocorre que essas facilidades acabaram gerando uma inadimplência muito grande. Hoje as financeiras exigem mundos e fundos para aprovar o crédito. Os preços e as taxas estão baixos, mas não há financiamento e, sem crédito, não há venda”, detalha Louro.

Esse problema vem ocorrendo desde dezembro. A exigência dos bancos aumentou. A média no comércio de veículos é de 70% de carros financiados e apenas 30% passados em frente através de troca ou pagos à vista. Dados da Fenauto apontam que até março passado, de cada dez fichas para financiamento, nove são negadas.
“Hoje o cliente tem que ter uma renda de, no mínimo, quatro vezes a prestação que paga e ainda dar 20% de entrada. Ele estava acostumado a comprar um carro em 60 vezes e sem entrada. A mudança de regra obrigou os clientes a fazerem uma poupança. Isso complica muito as vendas”, detalha o presidente da Fenauto, que vê uma melhoria a médio prazo. “Em setembro, 33% dos financiamentos já foram aprovados e nossa expectativa é que no balanço de outubro o percentual suba para 40%”.

Na crise, comprar um usado pode ser bom negócio

O dono de uma loja de usados e seminovos na avenida Senador Lemos, principal corredor de revenda de seminovos e usados na capital, conta que quem pretendia vender o carro usado na trocar por um zero, para aproveitar a redução do IPI, acabou tomando um susto. “Muitos não aceitavam que o valor do carro caiu, o que prejudicou as trocas. Se um carro valia R$ 18 mil, passamos a oferecer de R$14 a R$15 mil”, revela o empresário, que pediu anonimato.

A reportagem percorreu a Senador Lemos e a cena é quase sempre é a mesma: pátios cheios de veículos e vendedores parados. “A crise realmente está braba... A gente vendia aqui de seis a oito carros por mês. Hoje se vendemos dois abrimos uma champanhe! O preço até que está bom, mas o financiamento está mais difícil”, ironizou o vendedor de uma das lojas mais tradicionais do corredor.

Para o consumidor que deseja comprar um carro usado o momento é bom, já que mercado está quase parado e querendo liberar o estoque. No caso de um carro zero, é muito grande a queda do valor de revenda. Em compensação, o preço que se pagar agora no usado, não deve desvalorizar muito depois.

Para o presidente da Fenauto, ainda não é possível prever os rumos do mercado de usados nos próximos meses. A federação apresentou ao Ministério da Fazenda propostas para impulsionar o setor de seminovos, como a retirada do Imposto sobre Operações de Crédito (IOF) por seis meses, além de linhas de financiamento para capital de giro.

O presidente da Assovepa diz que a presidente Dilma Rousseff ajudou bastante a indústria automobilística, que mostrava pátios superlotados e ameaçava com demissões. “Um tempo atrás, para cada veículo novo vendido três usados eram comercializados. Hoje só vemos placas de ‘vende-se’ nas revendas”. Antônio Louro é um retrato dessa crise: sua revenda de carros normalmente comercializava 15 veículos todos os meses. Hoje essa média caiu para cinco veículos.

Na semana passada a Fenauto reuniu com o Ministro do Trabalho, Brizola Neto. “Com essa situação toda de fechamento de lojas, 20 mil empregos já foram perdidos. Esperamos que o governo ache uma solução para o problema para começarmos 2013 com força, já que neste ano o setor foi muito penalizado”, avalia. Entre os dias 24 e 25 desse mês, Ilídio esteve em Belém para reunir com os empresários do setor de seminovos e usados debatendo a crise no setor.

(Diário do Pará)

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