plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 24°
cotação atual R$


home
NOTÍCIAS PARÁ

Tapajós: para crescer, é preciso olhar para frente

Cercada por florestas preservadas e rios de grandes proporções, a região de integração do Tapajós é considerada ainda um espaço de resistência de florestas e populações tradicionais. Entretanto, a ocupação gradativa e restrita tal como conhecemos não sign

Cercada por florestas preservadas e rios de grandes proporções, a região de integração do Tapajós é considerada ainda um espaço de resistência de florestas e populações tradicionais. Entretanto, a ocupação gradativa e restrita tal como conhecemos não significa um território recém-descoberto. Pelo contrário. O oeste do Pará narra uma história secular. Desde que os portugueses, desbravando o Estado, se aproximaram da região, parte dos municípios atingiram status de relevância para o comercio local. Em 1781, por exemplo, Aveiro já era uma freguesia e Itaituba, comandava a exploração e o comércio de especiarias no Alto Tapajós, depois de passar por aldeamento indígena, vila e, por fim, se emancipar enquanto cidade, no ano de 1900. Além deles, fazem parte da região Jacareacanga, Novo Progresso, Rurópolis e Trairão.

Cem anos depois, entretanto, parte do cenário ainda é o mesmo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB de todos os municípios ainda está diretamente relacionado à prestação de serviços, à indústria e à agropecuária; e, em dados per capta (proporcional ao número de habitantes), de 2008, é o terceiro menor do Pará, com a média de R$ 4.036,80. A economia é fortemente vinculada à agricultura de subsistência, incluindo a importância das FLONAS (Florestas Nacionais), Parques Nacionais, RESEX (Reservas Extrativistas) e Reservas Indígenas.

Também tem destaque o potencial fluvial da região, com o tradicional Rio Tapajós. Em sua bacia hidrográfica está inserido o que é considerado, atualmente, o maior distrito aquífero do mundo. É uma das regiões mais importantes da Amazônia do ponto de vista do potencial econômico, diversidade biológica, riquezas naturais e diversidade étnica e cultural.

Mas apesar das riquezas naturais, os municípios sofrem com a dificuldade de acesso e carência de infra estrutura, e até os projetos que têm em seu discurso tal objetivo, são motivos de discussões. Um deles é a conclusão da BR-163 – na qual se localizam os municípios de Rurópolis, Trairão e Novo Progresso. Além de abrir outros trajetos, a obra seria uma forma de aliviar as rodovias Cuiabá-Santarém (BR-163) e Transamazônica (BR-230), atualmente desgastadas. As ações do Projeto BR-163 compreendem uma área de mais de 190 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho dos Estados do Rio de Janeiro e Ceará juntos.

Por isso, de um lado, o governo tenta mecanismos para dar forma mais sustentável ao empreendimento, criando inclusive em 2006 do Plano de Desenvolvimento Sustentável para Área de Influência da Rodovia BR-163. Em âmbito federal, a obra é vista como estratégica para o desenvolvimento regional e nacional. Em sentido oposto, no entanto, está quem defenda a ideia de que o asfaltamento da rodovia sem um projeto de ordenamento territorial que respeite a diversidade social e ambiental da região poderá trazer graves consequências no espaço regional.

“Para garantir, essencialmente, a infra estrutura que os grandes projetos hidrelétricos, como Belo Monte e as usinas previstas para o rio Tapajós, projetos paralelos tem sido silenciosamente aprovados. Um deles foi a sanção de medida provisória que altera os limites de sete unidades de conservação da Amazônia. Assim, mais rodovias, mais desmatamentos e alterações ambientais vão ocorrendo sem que tenhamos sequer consciência”, diz o geólogo Leandro Ramires.

INVESTIMENTOS

Segundo o Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, do Governo do Estado do Pará estão previstos para o próximo ano investimentos de R$ 100 milhões na região de integração do Tapajós. Entre as obras prioritárias estão a construção e aparelhamento do Hospital Regional do Tapajós em Itaituba e a instalação de Unidades Integradas Pro Paz.

Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, José Alberto Colares, a área é carente, e justamente por isso necessita de um plano preventivo que envolva ações de toda natureza, engenharia de tráfego para acessibilidade tanto rodoviária quanto hidroviária, transmissão energética, segurança pública, saneamento, saúde, educação, abastecimento de água, entre outros. “A necessidade não é só da população, é do empreendimento também. Os problemas de Santarém e Barcarena não podem ser repetidos”, alertou Colares, em reunião com representantes de órgãos governamentais, da iniciativa privada e da sociedade civil.

(Diário do Pará)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Notícias Pará

Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias