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Terra treme e assusta em Baião, Mocajuba e Tucuruí

Susto e medo. Estes foram os primeiros sentimentos de milhares de pessoas dos municípios de Baião e Mocajuba e Tucuruí, no Baixo Tocantins, quando a terra tremeu por oito segundos na manhã de ontem. Quando o DIÁRIO chegou à cidade de Baião, onde o abalo f

Susto e medo. Estes foram os primeiros sentimentos de milhares de pessoas dos municípios de Baião e Mocajuba e Tucuruí, no Baixo Tocantins, quando a terra tremeu por oito segundos na manhã de ontem. Quando o DIÁRIO chegou à cidade de Baião, onde o abalo foi maior, encontrou uma cidade ainda se refazendo do grande susto. Muitos moradores ainda estavam na praça principal da cidade, comentando o acontecimento.

O ajudante de pedreiro Waldecir de Lima estava ajudando na construção de uma casa no bairro Novo quando a estrutura do andaime começou a balançar. “Uma carreira de tijolos com massa ainda fresca caiu”, disse Waldecir.

Na Prefeitura de Baião, o expediente terminou mais cedo. Na hora do abalo, dezenas de funcionários estavam em suas salas quando cadeiras e mesas começaram a balançar. “Eu estava em frente à prefeitura quando vi meus colegas saindo apavorados muitos caindo pela escada”, disse o funcionário público Wendell Dias da Silva. Os distritos de Umarizal e Araquembaua também foram abalados pelo tremor.

Quem mais sofreu com os abalos foram as comunidades rurais. Em Taperuçu, a meia hora de “voadeira” do centro de Baião, dona Maria Aneide de Sousa, de 68 anos, desmaiou na hora do tremor. “Eu estava fazendo mingau para meu netinho quando a panela no fogão começou a tremer. Como sofro do coração, me deu um passamento”, disse a moradora. Na mesma comunidade, o pescador Gerci Dias informou que estava navegando pelo rio Tocantins quando escutou um barulho como se fosse uma forte chuva caindo.

“De repente, apareceu uma onda do nada, rapidamente, e quase me coloca a embarcação no fundo”, disse o pescador. O prefeito, que na hora do abalo estava despachando, informou que estava aguardando a presença de autoridades para explicar o fenômeno.

Segundo José Raimundo Abreu, coordenador do 2º Distrito de Meteorologia (Disme), o único sismógrafo do Pará está quebrado e por isso o tremor não foi registrado pela Universidade Federal do Pará. Ainda segundo Abreu, os sismógrafos de Brasília e de São Paulo captaram um tremor de magnitude acima de 4 graus na escala Richter. Abreu acredita que o epicêntro do abalo, que no Pará teria sido apenas um “rescaldo”, tenha sido em países como Colômbia, Chile ou Venezuela, que constantemente apresentam abalos semelhantes, devido a formação das placas tectônicas em seus teritórios.

Segundo o professor pesquisador da faculdade de Geofísica da UFPA, e especialista em Sismologia, Lourenildo Barbosa Leite, é natural falar em abalo sísmico em nossa região. Ele cita como exemplo um abalo ocorrido no ano de 1970."Um exemplo de destaque, já aconteceu antes em Janeiro de 1970 ao redor da cidade de Belém, e em outras épocas no Noroeste da Ilha de Marajó, no Nordeste do Pará. O importante aqui é que, estes sismos mesmo sendo naturais, els são classificados como de Pequenos a Microsismos. Sismo e terremotos são a mesma coisa" afirmou.

Ele informou também existe um catálogo de terremotos no Brasil editado pelo IAG-USP, além dos Jornais locais, que relatam alguns eventos sísmicos regionais. Sobre a informação de que o abalo teria alcançado nível 4 na escala Richter, segundo os sismógrafos de Brasília, o professor informou que tipo de destruição um abalo desse tipo pode acarretar "a destruição não está relacionada à Escala de Magnitude Richter, mas sim à Escala de Intensidade Rossi. A Escala de Magnitude é uma medida instrumental, enquanto a Escala de Intensidade é uma medida sobre os efeitos causados nas pessoas e nas construções civis. Sendo assim, qualquer estação ou observatório sismológico só pode atribuir medidas de Magnitude. Agora, a relação entre estas duas medidas existe quando o foco do evento sísmico acontece na vizinhança de uma cidade, e como este é o caso para Baião e Mocajuba, é de se esperar o seguinte: Pânico em muitas pessoas, vibrações de móveis, rachaduras, telhas podem cair. As construções de alvenarias mais simples são muito mais abaladas do que as construções estruturadas.

As construções de madeira nada sofrem", disse. Outros abalos não estão descartados na nossa região,segundo informou o professor "é possível que outros abalos sísmicos voltem a acontecer, mas não existe previsão para terremotos em escala de tempo curta. Na região da Capital paraense são descritos nos jornais eventos com intervalos de 50 anos. Brasil, inclusive, é considerado sísmicamente como uma região de sismos pequenos, ao contrário da Cadeia Andina que é conhecida como de sismos grandes.Neste caso é importante dizer que eventos da Cadeia Andina podem ser sentidos no Brasil, como de fato acontece, e o Pará é testemunha deste fenômeno, como no dia 29 de Novembros de 2009" O professor alertou para as medidas de segurança que a população deve adotar em caso de um novo tremor "Primeiramente, manter a calma. Segundo, proteja a cabeça. Terceiro, vá para o lado de fora da casa. Quarto, procure por rachaduras e danos na sua moradia", finalizou o professor.

(Com o DOL)

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