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Jatene promete “zerar” desmatamento na Rio + 20

O governador Simão Jatene assumiu em nome do governo do Estado um compromisso ousado, mas segundo ele, possível de ser executado. A partir de 2020 o Pará terá uma meta de desmatamento líquido zero. O conceito é novo e quer dizer que a partir do ano estipu

O governador Simão Jatene assumiu em nome do governo do Estado um compromisso ousado, mas segundo ele, possível de ser executado. A partir de 2020 o Pará terá uma meta de desmatamento líquido zero. O conceito é novo e quer dizer que a partir do ano estipulado, todo desmatamento no estado terá de ser obrigatoriamente compensado com o replantio do que foi derrubado em outra área anteriormente alterada.

O compromisso foi assumido durante o debate sobre o Programa Municípios Verdes, no Espaço Humanidade, no Forte de Copacabana, durante a Conferência Rio + 20. “Vamos além do que estabelece a meta nacional, que é de 80%”, disse o governador.

Ao lado do pesquisador do Instituto do Meio Ambiente da Amazônia,Adalberto Veríssimo, do procurador da República Daniel Azeredo, do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas, Mauro Lúcio Costa e do prefeito de Paragominas, Adnan Demarchki, Jatene afirmou que esse é o momento de que se acabem com as visões maniqueístas sobre a Amazônia. “Inferno verde, celeiro, almoxarifado,nenhuma dessas definições ajudam a entender o novo papel da Amazônia.

Ela é uma prestadora de serviços ambientais, sim, mas temos de ter a ideia de que a qualidade de vida para os que moram na região é fundamental também”.O governador afirmou que a ideia para controlar o desmatamento é ir além de mecanismos de monitoramento e fiscalização.

O eixo será,segundo ele, ampliar as áreas protegidas, possibilitar incentivos à economia de base florestal e aumentar a eficiência das atividades como a pecuária de grande expressão rural do estado.

PASSO INICIAL
O passo inicial para a implantação do programa em Paragominas, foi dado pelo Ministério Público Federal, com os acordos para a sustentabilidade na cadeia da pecuária, iniciada em 2009, depois do embargo da carne ilegal no município.

Daquele ano até o final de 2011, o número de propriedades inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) saltou de menos de mil para 46,8 mil. Diversos municípios saíram da lista dos maiores desmatadores da Amazônia com a iniciativa. E não deixaram de produzir.

“Precisamos trazer a rentabilidade para dentro desse jogo”, destacou o governador. É o que os representantes de Paragominas enfatizaram como fundamental para transformar o município de um dos vilões do desmatamento, para exemplo a ser disseminado. “Recuperamos empregos e estamos verticalizando a produção”, disse o prefeito de Paragominas.

“Estamos agora com indústrias de móveis com madeira certificada e com um frigorífico para animais de pequeno porte”.

Apesar da diplomacia, há controvérsias
Se quase nada funcionou a contento no primeiro dia da Rio + 20, o mesmo pode ser dito em relação às expectativas concretas que começam a ser delineadas pelos delegados dos países que foram encarregados de costurar um acordo mínimo a ser discutido pelos países na semana que vem. O clima é de diplomacia, mas a aparente cordialidade, que culminou com um coquetel reservado aos membros das delegações, esconde o fato de que pelo menos 200 parágrafos do documento a ser elaborado e assinado pelos países estão ainda longe de um consenso.

As divergências foram encaradas como naturais pela presidenta Dilma Rousseff no discurso de abertura da conferência, quarta-feira. “Nós assistiremos à discussão sobre o futuro que queremos para nós, para nossos filhos e nossos netos, mas no presente temos de ter a responsabilidade”, disse a presidenta.
Uma das discordâncias é o fundo de 30 bilhões de dólares proposto por Brasil e China para programas ambientais e de sustentabilidade, visando principalmente os países economicamente mais pobres. A ideia encontra fortes resistências entre os países financeiramente mais ricos, que se recusam a aumentar o que chamam de gastos.
“Precisamos ampliar o diálogo entre Brasil e China nesse setor. São países com muitas diferenças, mas que têm responsabilidades no desenvolvimento sustentável do planeta”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, à RBATV e ao DIÁRIO DO PARÁ.

Para ministro, evento é agenda futura positiva
O ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota visitou o espaço Humanidade pela manhã. Foi lacônico aos jornalistas, mas enfatizou que o evento é positivo como agenda futura. Os números comprovam a afirmação do ministro. Houve um aumento de 30% em relação aos chefes de Estado que confirmaram presença na Rio + 20. No primeiro dia, 37 países haviam montado pavilhões no Parque dos Atletas, próximo ao Riocentro, divulgando experiências positivas no quesito sustentabilidade.

Na cidade do Rio de Janeiro, o clima é de tranquilidade entre os moradores, mas também de atropelos, principalmente no trânsito. A chegada das delegações dos países participantes da conferência vai alterar a rotina de tráfego na cidade. Esquemas especiais serão montados para a próxima terça-feira, dia em que as principais autoridades políticas internacionais participam do evento.

A segurança tem mudado a própria paisagem da cidade. Há soldados do Exército nas ruas, radar antiaéreo, fragatas da Marinha. A chegada do navio do Greenpeace também chamou a atenção. A recomendação à população é que se use mais o transporte público nos próximos dias.

CRÍTICA
As mulheres devem participar do debate sobre desenvolvimento sustentável porque elas representam metade da população, e não porque está nas mãos delas conter o crescimento vegetativo. A opinião é de Lidia Brito, diretora de Políticas Científicas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e ex-ministra da Ciência de Moçambique.
Em entrevista exclusiva, Brito criticou o debate “ambiental” de gênero que prega a educação das mulheres (especialmente de países pobres) visando que elas tenham menos filhos.

O debate é recorrente no meio acadêmico. Na última edição da revista científica “Nature”, temática sobre a Rio+20, pesquisadores da Universidade Stanford, na Califórnia, EUA, defenderam a igualdade de gênero para frear o aumento populacional - hoje somos 7 bilhões e podemos chegar a 10 bilhões em 2050.

Os autores sugeriram que os governantes aproveitem a Rio+20 para discutir a ampliação do planejamento familiar e do acesso a métodos anticoncepcionais. Isso evitaria o nascimento de cerca de 20 milhões de crianças ao ano - ou 760 milhões de hoje até 2050. E mais 500 milhões deixariam de nascer até 2050.

“Devemos incluir as mulheres, os pobres e as pessoas de todas as cores no debate ambiental. Ninguém pode ficar de fora”, disse Brito. A promoção de igualdade de gênero faz parte do documento-base de 80 páginas que dará base às discussões de chefes de Estado na Rio+20.

A inclusão feminina no debate ambiental também aparece em eventos paralelos como na Cúpula de Mulheres, que vai reunir líderes de vários países na próxima semana - incluindo a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e a presidente Dilma Rousseff.

“Cada vez mais as mulheres estão chefiando as propriedades agrícolas”, explica o agrônomo José Eli da Veiga, do Instituto de Relações Internacionais da USP. “Elas simplesmente têm de fazer parte do debate.”

(Diário do Pará)

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