Municípios alagados sem ajuda federal

Se não fosse a disposição das comissões de Defesa Civil e a boa vontade de algumas prefeituras do Baixo Amazonas, os estragos deste ano provocados pela enchente dos rios Amazonas e Tapajós teriam sido bem maiores. O município de Santarém, apesar de ter reconhecido sua situação de emergência, até agora o governo federal não enviou nenhuma ajuda.

O resultado dessa demora prejudica ainda mais agricultores como seu Ciríaco Bentes Viana, da localidade de Tucumatuba, região do Arapixuna, na zona ribeirinha de Santarém. Ele diz que até o momento não recebeu nenhuma ajuda com alimentos nem madeira. A água encobriu o assoalho da casa e por isso ficou numa situação muito difícil. Parte de sua plantação de frutas e hortaliças foi destruída pelas águas. Até mesmo os poucos pés de bananeira foram perdidos. Ele espera que a Defesa Civil olhe para aquela região onde dezenas de famílias foram atingidas pela enchente.

Com recursos próprios, a prefeitura de Santarém iniciou a distribuição de cestas básicas às famílias atingidas pela enchente e ainda esta semana algumas comunidades e bairros começarão a receber madeira para a construção de marombas e pontes, em áreas alagadas. A madeira doada pelo Ibama foi beneficiada e ontem foi repassada para a Defesa Civil do município que vai fazer a distribuição para as comunidades afetadas.

Segundo Eliene Amaral, coordenadora municipal da DC, são 110 metros cúbicos de madeira que serão repassados, quantidade bem abaixo dos 200 metros cúbicos solicitados para atender 5.098 famílias atingidas tanto na região de várzea como em alguns bairros de Santarém. Ela esclarece que essa madeira e as cestas básicas foram conseguidas junto ao governo do Estado, “uma vez que até o momento o governo federal não liberou qualquer valor para a compra do material necessário”, afirmou.

O município de Santarém já distribuiu 500 cestas básicas e alguns kits de medicamentos. Nos próximos dias, espera entregar mais cestas básicas para as famílias que não foram beneficiadas nesta primeira remessa. Já a Defesa Civil estadual repassou para cada município que decretou situação de emergência 500 cestas básicas para distribuição às famílias e alguns também já receberam madeira. Com o nível das águas baixando, o centro comercial de Santarém começa a se normalizar.
(Diário do Pará/Santarém)