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Ônibus param e justiça quer 50% da frota nas ruas

Os motoristas e cobradores de ônibus de Belém decidiram entrar em greve a partir da meia-noite. Em assembleia realizada ontem no Clube Monte Líbano, em São Brás, às 20h, os rodoviários rejeitaram a proposta de conciliação feita pela Superintendência Regio

Os motoristas e cobradores de ônibus de Belém decidiram entrar em greve a partir da meia-noite. Em assembleia realizada ontem no Clube Monte Líbano, em São Brás, às 20h, os rodoviários rejeitaram a proposta de conciliação feita pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT) de reajuste de 6% dos salários (1% de ganho real acima da inflação), reajuste do repasse para a clínica dos rodoviários de 20% (R$ 150 mil/mês) e reajuste de 10% no tíquete alimentação, que passaria de R$ 310 para R$ 340.

A greve, por enquanto, se restringe a Belém. Os rodoviários de Ananindeua e Marituba decidem hoje, quarta-feira (09), se também param.

Em Belém, são cerca de nove mil motoristas e cobradores que transportam aproximadamente 1 milhão de passageiros, mas 500 mil passageiros devem ser atingidos pela greve, se a categoria cumprir a liminar do desembargador Eliziário Bentes, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, que, a pedido do Ministério Público do Estado, determinou que 50% da frota deve circular para atender a população durante a greve, sob pena de pagamento de multa de R$ 50 mil por dia.

DECISÃO
Segundo o coordenador técnico do Departamento intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Roberto Sena, a proposta de conciliação “não era de se jogar fora”. A diretoria do sindicato dos trabalhadores, que tentou mostrar as vantagens da proposta, acabou hostilizada pelos cerca de 400 rodoviários que participaram da assembleia. “Das outras vezes, a categoria decidiu pela não greve, mas agora decidiu pela greve e nós vamos acatar a decisão”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Belém, Altair Brandão.

Logo após a assembleia, os rodoviários fecharam a Almirante Barroso. Primeiro interditaram por alguns minutos as pistas do sentido São Brás/Entroncamento. Depois fecharam o outro lado, no sentido Entroncamento/São Brás. Em seguida, já escoltados pela polícia, eles fizeram uma pequena passeata e se concentraram na Praça do Operário, já acompanhados por viaturas da Rotam.

Nas paradas de ônibus, os usuários ficaram agitados e temerosos de não conseguir chegar em casa. “Para quem mora longe é terrível, como vamos fazer sem transporte?”, questionou a atendente Michaela Gomes, que aguardava ônibus para Marituba.
A ambulante Lene Viana estava revoltada: “Quero ir para casa e tenho que voltar cedo para trabalhar”, afirmou. Já a professora Lucifranci Nylander da Silva Ferreira, que também estava preocupada na parada aguardando ônibus, disse que “já é a maior dificuldade de transporte, imagina com a greve”.

Temor da população se tornou realidade
Uma categoria que exige reajustes com ganhos reais. Um sindicato patronal que oferece apenas a perda da inflação. E entre os dois uma população temerosa de que seja suspenso o serviço de transporte público em Belém. “A greve é uma das piores coisas que pode acontecer com os usuários de coletivos porque impede simplesmente toda a nossa rotina. Para cumprir compromisso, só gastando um dinheiro que já não temos”, comentou a doméstica Luciana Portilho.

Durante todo o dia de ontem era comum ouvir nas ruas as pessoas perguntando sobre a decisão dos rodoviários. E até o final da tarde, a incerteza ainda tomava os próprios trabalhadores da classe.

SEM ACORDO
Em reunião na sede da Superintendência Regional do Trabalho, os dois sindicatos discutiam energicamente as reivindicações. Os rodoviários chegaram a baixar o pedido de reajuste salarial de 20% para 9%, seguido de R$160 mil para a clínica saúde e R$380 de auxílio alimentação.

A proposta não convenceu o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setrans-Bel). Segundo Paulo Gomes, presidente do sindicato, o valor de reajuste não condiz com a realidade. “Ainda temos a menor tarifa do Brasil, 25% menor do que a média nacional. Zerar as perdas é o nosso limite de risco. É questão de consciência. Jamais havíamos sequer negociado um percentual tão acima da inflação”, afirmou, mantendo a proposta de aumento de 5% para todas as cláusulas econômicas e sociais.

O único ponto que apresentava possibilidade de consenso era a ampliação do Centro de Capacitação dos Rodoviários, que objetiva a melhoria do serviço aos usuários de ônibus através da capacitação dos funcionários.

(Diário do Pará)

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