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Mercado de carne vai sair em duas etapas

Há milênios a carne sempre foi um símbolo de bem-estar e poder. Diferente dos preços relativamente populares que temos hoje, consumir quantidades significativas de carne diariamente era privilégios de poucos que moravam nas cidades. Nos séculos XVII, XVII

Há milênios a carne sempre foi um símbolo de bem-estar e poder. Diferente dos preços relativamente populares que temos hoje, consumir quantidades significativas de carne diariamente era privilégios de poucos que moravam nas cidades. Nos séculos XVII, XVIII e durante a Revolução Industrial a carne, produto que já era caro, passou a ser tão valorizada e consumida quanto a quantidade de gordura que tivesse. Em Belém, a carne, principalmente vermelha, era mais barata porque vinha da Ilha do Marajó, de onde chegava até à casa das famílias através do Mercado Municipal do Ver-o-Peso, construído entre 1860 e 1870. A partir de amanhã, os leitores do DIÁRIO poderão, literalmente, colocar as mãos em parte dessa rica história. O prédio do Mercado de Carne será a próxima maquete da série “A Era do Ferro”. Dessa vez, a maquete terá duas partes: a que sairá amanhã e outra que será publicada na próxima quinta-feira (10).

Hoje o Mercado de Carne tem o nome do engenheiro responsável pela sua remodelação e ampliação: Francisco Bolonha. Inaugurado em 1908, o prédio ficou quatro anos fechado para restauração e reabriu as portas em outubro do ano passado. Quem visita agora o mercado se surpreende com a arquitetura em ferro fundido, trazido da Escócia, e os detalhes em estilo art nouveau que enfeitam seus pavilhões cercados por restaurantes, lanchonetes, bancas de produtos regionais e turistas.


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Um dos símbolos da Belle Époque, período em que Belém cresceu impulsionada pelo ciclo da borracha, o prédio de quase 150 anos guarda nos box de ferro, que exibem carnes durante a manhã, histórias de pessoas que já fazem do Mercado parte de sua vida. Gente como Deoniro Costa, 47, que trabalha lá há 20 anos. “Depois da reforma ficou bem melhor. O movimento tá meio fraco ainda porque ficou fechado quatro anos e muita gente ainda não sabe que reabriu”, diz o vendedor. Para Deoniro, o projeto “A Era de Ferro” é importante porque ajudará a memória do Mercado a não se desgastar com o tempo. “Todo mundo tem que saber sua história. Isso não pode acabar”, diz Deoniro.

Seu José Soares da Silva, 73 anos, aposentado, mantém no Mercado de Carne um box especial onde vende pedaços do passado: são revistas, livros, almanaques e vinis antigos. Seu José poderia estar em casa descansando, mas o prazer de trabalhar e de conversar com as pessoas lhe colocaram atrás do balcão em pleno feriado. Para ele, a maquete do prédio ajudará a despertar o interesse das pessoas em conhecer o Mercado. “O projeto é muito útil porque ninguém conhece a história daqui. Então é importante estar levando este conhecimento a outras pessoas.”, opina o aposentado.

Projeto despertou o interesse de universitários
O projeto “A Era de Ferro”, através da Secretaria Municipal de Educação (Semec), está ganhando a simpatia de alunos da rede pública. As maquetes estão sendo levadas diariamente a diferentes escolas. A próxima será a Escola Palmira Lins de Carvalho, na Marambaia, e as visitas prosseguem até o dia 09. Paulo Souza, coordenador das ações educativas do projeto, diz que muitos universitários se interessam pelas maquetes. “Vejo que existe um interesse de alguns estudantes de curso de Design levando-os a visitar a exposição nas escolas. Muitas crianças querem levar as pranchas de maquetes para suas casas com o interesse de construírem sua maquetes juntamente com seus familiares”, afirma Paulo Souza.

O coordenador, mestre em artes pela UFPA, destaca a importância do projeto “Era do Ferro” como forma de preservar o legado histórico de Belém. “Não consigo ver os processos educativos, culturais e artísticos sem estarem relacionados diretamente com a cidade. É na cidade que se constituem esses processos. É a partir da cidade que educamos, que informamos, e, se não respeitarmos a cidade, estamos desrespeitando a nós mesmos”, explica Paulo Souza. De acordo com o coordenador, o projeto funciona como gerador de conhecimento, de educação e respeito à diversidade, além de resgatar um período áureo da cidade que ficou esquecido. “Belém, tanto no final do século XIX e no início do século XX, era talvez a cidade mais importante do Brasil, e me parece que muita gente não se deu conta desse contexto ou não sabe dessa informação”, esclarece Souza. (Diário do Pará)

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