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Cesupa não pensa em anular vestibular

Um grupo de sete ótimos estudantes. A maioria universitários de medicina, um dos cursos mais concorridos no país. Alguns deles brilhantes, com aprovação em sete vestibulares pelo país. Mas toda essa inteligência não os impediu de cometer a maior burrad

Um grupo de sete ótimos estudantes. A maioria universitários de medicina, um dos cursos mais concorridos no país. Alguns deles brilhantes, com aprovação em sete vestibulares pelo país. Mas toda essa inteligência não os impediu de cometer a maior burrada das suas vidas: o grupo foi preso em flagrante, na tarde de domingo (13), em Belém, pela tentativa de fraude na realização do vestibular do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa).

Ao todo, oito pessoas foram presas durante a operação realizada pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) e Núcleo de Inteligência da Polícia, ambos da Polícia Civil. Funcionários da instituição acionaram a polícia após receberem uma denúncia anônima via e-mail, no último dia 10.

O perfil do grupo surpreende, por ser formado por universitários de medicina e estudantes de classe média, que eram contratados por vestibulandos para fazerem as provas no lugar deles, usando identidades falsas.

Fazem parte da quadrilha Verônica da Silva Soares, 23, goiana, estudante de medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG); Tiago Vinicius Silva Fernandes, 20, goiano, estudante de medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Gustavo Cunha Silva, 23, goiano estudante de medicina da Unifesp; Debora Marques Gonçalves, 19, paulista, estudante de cursinho pré-vestibular; Ana Carla Milhomen Viana, 20, estudante de medicina da UFG; Anna Karla Ribeiro Souza, 18, tocantinense, estudante de direito; e Stephanny Maria da Silva, 22, estudante de cursinho pré-vestibular.

Ainda foi preso Gleisom Alves Moreira, 35, encarregado pela logística do grupo. Ele foi o responsável pelas passagens de avião, aluguel dos quartos no hotel e falsificação dos documentos. Com ele, foi encontrada uma máquina para plastificação de documentos e uma almofada de carimbo, usada para a confecção das identidades falsas. Não foi encontrada nenhuma evidência de cola eletrônica.

“Gleisom foi o grande articulador do golpe. Era ele que fazia a ponte entre o contratante e o dublê, cuidou das contas aqui em Belém. Até para o táxi para o grupo fazer a prova, foi ele quem deu o dinheiro”, conta o delegado Cláudio Gileno, diretor de inteligência da polícia civil.

Gleisom escolhia a dedo quem assumiria o papel de ‘dublê’,. Tiago Vinicius, por exemplo, foi aprovado em sete vestibulares de medicina.

A Polícia Civil investiga se o grupo atuava em outros Estados e procura identificar quais estudantes iriam se beneficiar do esquema. “Gelisom confessou que já havia aplicado um golpe semelhante em Minas Gerais”, afirmou o delegado Rogério Moraes.

Foram divulgados os nomes de cinco dos mandantes da fraude: Zoroastro Augusto Teixeira, Pricilla R. Porto Chagas, Verônica Cristovão Peixoto, Lígia Ribeiro Dias e Gemarque Melo Silva. Detalhes sobre as suas identidades não foram revelados pela investigação, mas, ao que tudo indica, não há paraenses envolvidos.
“Queremos reiterar que esse foi um caso isolado e em momento nenhum o vestibular foi comprometido. Sem trocadilhos, esse foi o vestibular mais seguro da instituição em todos esses anos. A polícia tomou as rédeas da situação desde o início. O calendário segue como planejado”, informou Sergio Mendes, vice-reitor do Cesupa.

Cada aprovação custava R$ 30 mil

Sete dos suspeitos foram presos no local da prova com documentos falsos. Um dos integrantes do grupo, Gleisom, identificado como o articulador da quadrilha, foi localizado e preso no Hotel Regente, centro de Belém. No golpe, candidatos ao curso de medicina contrataram os integrantes da quadrilha para que fizessem a prova em seus lugares.

O curso de medicina foi o mais concorrido do vestibular do Cesupa este ano, com 23,29 candidatos disputando um vaga. A mensalidade é de R$ 3.958,92.

“Cada aprovação garantiria R$ 30 mil, metade para quem resolveu a prova, outra metade para o articulador da quadrilha. Alguns dos ‘dublês’ de candidatos receberiam apenas R$ 10 mil”, disse o delegado Rogério Moraes, titular da Delegacia de Ordem Administrativa (DOA), da Dioe.

Os presos foram autuados por formação de quadrilha, falsificação, uso de documentos falsos e tentativa de estelionato.

MENTES DO CRIME

Durante uma coletiva de imprensa organizada na tarde de ontem no auditório do Cesupa, no bairro de Nazaré, foram revelados detalhes da investigação batizada de “Operação CDF”.

A denúncia chegou à universidade pelo e-mail dedicado a tirar dúvidas do vestibular. Na mensagem, a fonte informava que “no vestibular de medicina que será realizado no dia 13 vários candidatos irão usar identidade falsa[sic]”. A mensagem também indicava o nome de uma das fraudadoras.

A partir daí, a polícia passou a monitorar a suspeita e teve acesso ao restante da quadrilha. Para configurar o flagrante, os policiais tiveram que deixar os estelionatários à vontade. O grupo foi monitorado desde sua chegada a Belém, na madrugada de sábado (12). A polícia deixou que os suspeitos fizessem a prova. Após a assinatura da lista de chamada e da folha de respostas, eles foram presos pelos policiais à paisana, que se disfarçaram de fiscais da prova.

(Diário do Pará)

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