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POLÍCIA

Adolescente relata abusos em presídio paraense

A adolescente que teria sido estuprada por detentos da Colônia Agrícola Heleno Fragoso, em Santa Izabel, região metropolitana de Belém, falou ao DOL os detalhes dos abusos que sofreu durante mais de quatro dias. Segundo ela, não teria sido a primeira vez

A adolescente que teria sido estuprada por detentos da Colônia Agrícola Heleno Fragoso, em Santa Izabel, região metropolitana de Belém, falou ao DOL os detalhes dos abusos que sofreu durante mais de quatro dias. Segundo ela, não teria sido a primeira vez que ela foi levada para o presídio.

A jovem de 14 anos contou que estava no distrito de Outeiro quando conheceu uma mulher que se identificou como "Ane" e a convidou para um "acampamento". "Ela me disse que era um local onde as pessoas iriam para brincar, se divertir e tomar banho de igarapé. Eu disse que não tinha dinheiro, mas ela pagou a minha passagem e nós fomos. Chegamos em um local com muito mato e andamos por uma trilha, foi quando ela me mandou ir na frente enquanto telefonava para um homem que ela chamava de 'Faísca'. No local tinha um igarapé e nessa noite eu tive relações sexuais com esse homem que chamavam de 'Faísca', mas no outro dia fui embora com a Ane e nem desconfiei que ali era um presídio", contou a jovem.

Após essa primeira ida até a Colônia Agrícola, a adolescente contou que a mulher chamada "Ane" a levou novamente, mas dessa vez ela foi deixada lá sozinha nas mãos dos presos. Foi então que eles explicaram que ali era um presídio e que ela não iria sair de lá enquanto eles não a liberassem. "Eles (os detentos) começaram a me dar bebida alcoólica misturada com suco, depois eu fui obrigada a usar cocaína e fumar maconha com eles. Fiquei completamente dopada e foi então que eles começaram a tirar a minha roupa. Eram dois, três e até quatro homens ao mesmo tempo, eu pedia para que eles parassem, mas não adiantou nada, não pude fazer nada para impedí-los."

Após quatro dias sendo estuprada e drogada pelos presos, a garota contou que só conseguiu fugir da Colônia porque eles estavam muito drogados e não perceberam quando ela correu. "Eu corri pela trilha no meio do mato até a estrada e pedi ajuda para uns policiais militares que passavam em uma viatura. Eu estou preocupada porque duas meninas que foram levadas pra lá comigo não conseguiram fugir. Eu queria que alguém fizesse alguma coisa, porque elas ainda estão lá.

Os policiais militares levaram a adolescente ao Conselho Tutelar de Santa Izabel e de lá ela foi trazida para Belém. O conselheiro tutelar Benilson Silva, que atendeu o caso na capital contou que ficou chocado com o relato da jovem, mais ainda quando soube que tudo aconteceu em um presídio estadual e que outras duas adolescentes poderiam estar em poder dos detentos. "É um caso grave e que precisa ser apurado. Se tudo isso for verdade, estamos diante de uma situação complicada. Eu vou pessoalmente encaminhar uma denúncia ao Ministério Público para que sejam cobradas explicações do sistema penal do Estado. Como é que pode existir uma rede de aliciamento de adolescentes dentro de um presídio?", disse o conselheiro.

Em resposta as denúncias feitas pela jovem, o governador Simão Jatene exonerou o diretor da Colônia Agrícola Heleno Fragoso e toda a equipe de plantão no dia em que o fato teria acontecido.

Após ser levada para fazer os primeiros exames periciais, a adolescente acompanhou as polícias civil e militar na busca pela aliciadora no bairro do Paar, em Ananindeua, as diligências duraram toda a noite de sábado (17), mas mulher não foi encontrada. A jovem foi encaminhada para uma casa de passagem em Belém, a família dela será acionada, mas o Conselho Tutelar ainda irá avaliar a situação para decidir se ela vai poder voltar para casa da mãe.

(Henrique Miranda/DOL)

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