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Jordy esclarece posição sobre divisão do Pará

Durante a semana, uma polêmica envolvendo o deputado paraense Arnaldo Jordy movimentou a internet. Vários internautas fizeram críticas em blogs e comentários no microblog Twitter sobre o posicionamento do político do PPS acerca da divisão do Estado do Par

Durante a semana, uma polêmica envolvendo o deputado paraense Arnaldo Jordy movimentou a internet. Vários internautas fizeram críticas em blogs e comentários no microblog Twitter sobre o posicionamento do político do PPS acerca da divisão do Estado do Pará.

Circula na rede um vídeo que mostra a entrevista de Jordy a uma emissora de Marabá, em que declara ser a favor da divisão. Porém, no último domingo (22), o deputado liderou uma passeata pelas ruas de Belém contra a divisão do Pará. A postura, entendida como volúvel para quem acompanhou os fatos, foi alvo de duras críticas nas redes sociais.

Com o objetivo de esclarecer a polêmica, a reportagem do Diário Online (DOL) procurou o deputado, que concedeu a entrevista, por e-mail, com as respostas do político publicadas na íntegra e que você pode ler a seguir:


DOL - Deputado, o senhor é contra ou a favor da divisão do estado do Pará? Por quê?

R- Já reafirmei várias vezes que sou contra a divisão do Pará, embora considere que essa questão não possa ser colocada de maneira tão simplista. O debate não pode passar pelo discurso do “bem” ou do “mal”. A questão é bem maior. Com a divisão, o Pará perderia seu poder de barganha de cobrar do poder central que lhe é devido dentro do pacto federativo, no qual o Pará e a Amazônia têm sido submetidos aos interesses econômicos de outras regiões do país.

Embora tenhamos a maior bacia hidrográfica do planeta, reservas minerais importantes e o maior banco genético do mundo, temos ao mesmo tempo um dos menores índices de desenvolvimento humano (IDH) do Brasil. Somos campeões em mortes no campo e trabalho escravo, o pior índice de desenvolvimento da Educação básica (IDEB) e menos de 2% na participação do PIB Nacional apesar de contribuirmos com cerca de 50% do superávit da balança comercial brasileira, fatores que denunciam esse modelo federativo deformado.

Portanto, ainda que o redesenho geopolítico e territorial da Amazônia e do Pará seja um debate legítimo, tirar o protagonismo do Pará na superação dessas desigualdades dividindo-o nesse momento seria principalmente cair numa armadilha ingênua Então dividir o Pará, nesse caos, seria fragmentar o subdesenvolvimento. Temos que nos unir para lutar, por exemplo, pelo pagamento de royalties sobre a produção de energia ou compensar o Estado pela preservação dos seus ativos ambientais. Essa é a discussão central.

DOL – Divulgou-se nas redes sociais uma entrevista em que o senhor toma uma postura “separatista”. Em meio a toda essa discussão, qual a sua verdadeira opinião sobre a questão da divisão do Pará?

R – Como as eleições 2012 estão se aproximando, não é novidade que surjam agora ou no futuro tentativas de confundir o eleitorado em prol de muitos interesses. Não é novidade para ninguém que o PPS sempre defendeu a redefinição de um pacto federativo que contemplasse um novo desenho geopolítico não só para o Pará, mas para a Amazônia e até mesmo para o Brasil. Esta posição sempre foi defendida abertamente pelo meu partido em todos os foros e, portanto, não há novidade nisso. Acredito que no futuro seja possível até fazer esse redesenho, como disse nesta entrevista, em 2009,que seria favorável à criação de novos Estados. Mas entendemos que hoje não é o momento para dividir. Como já disse em artigos publicados em 2007 e 2011 (ver no meu blog e site), dividir o Pará hoje seria fragmentar o subdesenvolvimento e enfraquecer a possibilidade de cobrar do poder central mudança do modelo de desenvolvimento para a Amazônia e para o Pará.

O que me causa estranheza é o porquê, justamente agora em que se acirram os posicionamentos dos que defendem a criação ou não de novos estados, tentem requentar algo, que não passa de uma posição bastante conhecida do partido, e que foi colocada por mim e pelo PPS naquele contexto, em que também defendíamos abertamente a realização de um plebiscito por entendermos que é um processo legítimo e democrático.

Então, eu só posso entender isso como uma manobra para tentar confundir a população do Pará. Quem me conhece sabe que nesses 30 anos de vida pública não me pauto por conveniências e oportunismos. A minha opinião é clara: no atual contexto, sem um pacto federativo legítimo, sou veemente contra a divisão do Pará. Quero deixar isso bem claro para que não tentem confundir o eleitorado.

DOL - De que forma o senhor atuará, como personalidade política, para defender o 'não' à divisão?

R- Da forma como sempre fiz ao longo da minha vida pública, participando dos debates de maneira franca, leal e honesta, sem subterfúgios e procurando desmistificar falsas promessas e dados manipulados ao sabor das conveniências de momento. Discursos que, aliás, tentam passar a idéia de que simples mudanças cosméticas e superficiais, que não atacam a real dimensão dos problemas, possam ser resposta e solução para todos os males. Nunca me omiti e nem me omitirei destas questões. Participarei de todos os eventos em que puder contribuir para que os setores da nossa população que irão votar e decidir o futuro do nosso estado, possam ter informações e condições de tomar decisões com maior segurança.

DOL - Em sua opinião, a criação destes estados será algo que beneficiará a população que é a favor da divisão?

R- Creio que não. As dificuldades por que passam essas regiões são as mesmas de todo o Pará. Basta acompanhar o resultado do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. Dos dez municípios com menor IDH do Estado, nove deles estão localizados no território que ficaria com o Pará (no Marajó). Então, esse discurso dos que defendem a divisão não tem o menor sentido. Considero que as populações dessas regiões reivindicam com justas razões, na maioria das vezes, um melhor atendimento do poder público estadual. Mas a questão não é de divisão, é de gestão e de vontade política para resolver problemas que se arrastam há muitas décadas. Não se pode aceitar que situações dramáticas e com soluções não muito difíceis, possam se eternizar em prejuízo de parcelas significativas da população destas regiões. A pura e simples criação dos novos estados não é garantia de que isto possa ser mudado.

Os reais benefícios para a melhoria da vida da população do Pará como um todo, está na superação do modelo federativo colonizador ao qual estamos submetidos.

DOL - O senhor gostaria de manifestar mais alguma opinião ou esclarecer algo?

R - Aproveito para agradecer a confiança da população do Pará em meu trabalho. Em sete meses de mandato tenho procurado honrar os mais de 200 mil votos conquistados nas urnas, com um trabalho sério e comprometido com os direitos humanos e desenvolvimento do nosso Estado. Minha vida pública nunca foi pautada por conveniências, oportunismos ou facilidades de ocasião. (Thaís Rezende e Luana Laboissiere, DOL)

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