Emoção à beira do campo, só um saiu feliz...

Para um, a conquista da Taça Açaí, que dava o título do Parazão 2011, significava se firmar no comando de um dos mais importantes clubes do Estado. Para o outro, seria entrar para a história do futebol local como maestro da primeira equipe do interior a sagrar-se campeã paraense. Roberto Fernandes e Sinomar Naves demonstraram reações equivalentes ao peso que o fracasso ou sucesso poderia proporcionar aos seus currículos profissionais.
Naves chegou a declarar que o peso da camisa do Paysandu não existia. Fernandes disse que, mesmo sem ser favorito, sua obrigação de vencer era maior. Assim que ambos entraram em campo, eram antagônicos na área técnica disponível para observarem o jogo.

O técnico do Independente, com as mãos para trás, lembrava um militar atento ao que se passa a sua volta. Na beira do gramado, demonstrava tranquilidade. “Hoje estamos esperando o coroamento do nosso trabalho”, disse um pouco antes do jogo iniciar.

Alguns metros à sua direita, estava um adversário inquieto. Fernandes não sabia onde repousar as mãos: uma hora ficava para trás, outro nos quadris, isso quando não estava gesticulando na direção do campo. Só mesmo o abraço de seus jogadores na hora da comemoração do gol de Sidny pareceu acalmar o treinador. Quando todos já tinham ido embora, balançou os braços em uma vibração solitária e aliviada. Já Naves preferiu beber água. Fazia o clima de bons amigos oferecendo água até para Alexandre Carioca, que não largava do pé de Gian, como quem diz: “Sai da cola do meu maestro por um tempo, por favor”. (Diário do Pará)

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