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NOTÍCIAS PARÁ

Assassinato tem repercussão nacional

Várias entidades, líderes políticos e ambientais e até a mídia nacional emitiram notas sobre o assassinato de José Claudio e Maria do Espírito Santo, líderes extrativistas, ocorrido na manhã de ontem, em Nova Ipixuna. Entre eles, a presidente Dilma Ro

Várias entidades, líderes políticos e ambientais e até a mídia nacional emitiram notas sobre o assassinato de José Claudio e Maria do Espírito Santo, líderes extrativistas, ocorrido na manhã de ontem, em Nova Ipixuna. Entre eles, a presidente Dilma Rousseff, que ficou sabendo do caso em reunião com ex--ministros do Meio Ambiente, mostrou-se surpresa com a notícia e determinou que a Polícia Federal investigue o assassinato.
A ex-ministra Marina Silva relacionou o assassinato do casal José Cláudio e Maria do Espírito Santo ao caso da missionária Dorothy Stang, ocorrido há seis anos, em Anapu, pelos traços de covardia e por envolver denúncias ambientais.

Com o título “Assassinato e barbárie na floresta” o site Carta Capital noticiou que o casal representava “o elo mais frágil da cadeia de pressão pelo carvão de mata nativa, de madeireiras e de grilagem de terras para a pecuária. Denunciavam, há meses, que estavam sendo ameaçados. A pressão viria pela parte de madeireiros da região, em busca das castanheiras e outras árvores nobres, e por carvoeiros”.

Em nota, a Rede Faor - Fórum da Amazônia Oriental - manifestou indignação com o assassinato, lembrando que o casal estava marcado para morrer desde que começou a denunciar o desmatamento e a extração ilegal de madeira na região. “Mais uma vez tombam aqueles e aquelas que insistem em defender a floresta. O Faor exige publicamente que as autoridades competentes, investiguem este crime com seriedade e prendam os criminosos (mandantes e executores) para que este não seja mais um crime a fazer parte da imensa lista de impunidade que assola o nosso estado”.

O blog “Radar on-line”, no site da Veja, também publicou notícia, lembrando a participação de José Cláudio, em novembro, no TEDX Amazônia, fórum internacional que discutiu como tema a qualidade de vida no planeta, onde o extrativista escancarou as ameaças que sofria. “Vivo da floresta, protejo ela de todo jeito. Por isso, eu vivo com a bala na cabeça a qualquer hora. Porque eu vou para cima, eu denuncio os madeireiros, os carvoeiros e, por isso, eles acham que eu não posso existir. A mesma coisa que fizeram no Acre com Chico Mendes, querem fazer comigo. A mesma coisa que fizeram com a irmão Dorothy, querem fazer comigo. Eu posso estar hoje aqui conversando com vocês, daqui a um mês vocês podem saber a notícia que eu desapareci”.

José Cláudio e Maria do Espírito Santo eram líderes locais do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), ONG fundada por Chico Mendes, e o diretor da Regional Belém do CNS, Atanagildo Matos, destaca a morte do casal como uma perda irreparável. “Eles nos deixam uma lição, que é o ideal dos extrativistas da Amazônia: permitir que o ‘povo da floresta’ possa viver com qualidade, de forma sustentável com o meio ambiente”, falou Matos em nota enviada pelo conselho, garantindo que Ministério Público Federal, Polícia Federal e outras instituições já tinham sido acionadas para não deixar o episódio impune.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Marabá), Adebral Lima Favacho Junior, esteve em Nova Ipixuna, junto com diversas outras entidades e movimentos sociais que se deslocaram para o município a fim de acompanhar de perto o ocorrido. Por telefone, Adebral destacou que a comissão tem o papel de garantir às pessoas e entidades o direito de atuarem no sentido de reivindicar melhorias nas mais diversas áreas.

“No caso de José Cláudio e Maria do Espírito Santo era público que eles vinham sendo ameaçados e esse conflito no campo vem de muito tempo. As pessoas ligadas aos movimentos sociais constantemente sofrem represálias, ameaças e são de fato assassinadas e os grupos que cometem esses crimes têm a certeza de impunidade. Agora nos cabe cobrar maior empenho para desvendar esse caso, partindo do ponto de que o casal sempre fazia denúncias envolvendo desmatamento”, fala o advogado. (Diário do Pará, sucursal de Nova Ipixuna)

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