Água boa e potável sai de graça no Marco

A falta de acesso à água limpa atinge mais de um bilhão de pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Belém, mesmo com o fornecimento regularizado, moradores do bairro do Marco fazem fila para abastecer garrafões com a água de uma fonte natural.

Segundo eles, o local fornece água de boa qualidade durante 24 horas. No imóvel onde funciona uma Organização Não Governamental, localizado na travessa Mariz e Barros, próximo à avenida João Paulo II, o encanamento jorra diariamente água em abundância e os moradores aguardam a vez para abastecer os reservatórios no que parece ser uma fonte natural e uma alternativa de acesso à água potável.

“São mais de 20 litros de água por semana que levo daqui. Como a água fornecida pela Companhia de Abastecimento não serve para beber, temos que fazer isso. Além de ser gratuita, a água é de boa qualidade, não tem gosto e nem sabor, todos em casa consomem e nunca tiveram problemas”, dizia o carpinteiro Vital Soares, enquanto esperava encher uma das suas 21 garrafas. Vital caminha quase um quilômetro para levar água aos seus dois filhos e esposa.

Como ele, a dona de casa Simone Nazaré acorda cedo todas as manhãs para levar cerca de 40 litros e garantir suas atividades diárias. “Acredito que seja água mineral. Com ela faço comida, uso para beber e escovar os dentes”.

NOVE MESES

Segundo Pedro Paulo Iwabuchi, diretor da ONG Global Damo Bank (em português ‘Banco Global da Gratidão’), antes de adquirir a residência, a distribuição de água de forma gratuita já era feita. “Adquirimos a residência há nove meses e, como o bairro é de pessoas de baixo poder aquisitivo, apenas continuamos a fornecer a água”.

Ainda segundo ele, a fonte de água localizada aos fundos do imóvel precisa ser corrente e a forte pressão exercida pelo volume, que sai naturalmente, impede qualquer tipo de obstrução, por isso água fica à disposição dos moradores.
“Acreditamos que essa simples iniciativa possa contribuir de alguma forma para a saúde da população”, conclui Iwabuchi. (Diário do Pará).