Vereador chama titular da Sesma de ‘exterminador’

Não foram apenas os usuários do sistema público que criticaram a decisão da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de reduzir o número de unidades que prestam atendimento 24 horas em Belém. Na Câmara de Vereadores, a mobilização contrária também fez com que o líder da Comissão de Saúde da Casa, o líder petista Marquinho, protocolasse um requerimento em que convoca o secretário de saúde do município, Sérgio Pimentel, a comparecer no plenário na próxima segunda-feira (18).

“Queremos que o secretário esclareça qual estratégia a Sesma está estabelecendo para a nossa cidade, já que em cada passo dado a situação piora”, afirmou. Segundo Marquinho, a intenção é que, após o encontro, a CMB possa tomar providências caso não concorde com as justificativas dadas.

Mais enfático, Fernando Dourado (DEM) disse que as últimas atitudes do secretário o classificam como desumano, insensível e exterminador. “O que ele está fazendo com a nossa cidade é inaceitável e inconsequente”, completou. O parlamentar criticou ainda a postura apática de alguns membros da Casa que, como médicos, deveriam ter mais atitude e defender os interesses da sociedade. Ainda mostrando sua revolta, Fernando fez uma sugestão ousada.

“Proponho que suspendamos a votação de qualquer projeto do executivo enquanto alguém não vier nos dar explicações”.

E AS PROMESSAS?

O petista Otávio Pinheiro aproveitou para questionar o fato de, durante os discursos de campanha, Duciomar Costa ter prometido ampliar a rede de unidades 24h em Belém e agora tomar justamente a atitude oposta. Para Augusto Pantoja (PPS), o cenário é de inconformidade. “É uma discussão que atinge o nível da cidadania da população. Será que os R$50 milhões destinados à saúde, fora os recursos estaduais e municipais, não servem para nada?”.

Aliados do prefeito, os petebistas Raimundo Castro e Pio Netto ainda tentaram dispersar o foco dos debates não comentando o assunto na tribuna e mantendo os discursos sobre a questão do bullying. O vereador Miguel Rodrigues (PRB), entretanto, foi exceção e ratificou o apoio às críticas. “Mesmo sendo da base aliada, sou contrário à restrição no horário de atendimento porque prejudica toda a população de baixa renda e a qualidade do serviço”, admitiu. (Diário do Pará)