Morte de bebês volta a rondar Santa Casa

Um bebê morreu ontem na Santa Casa de Misericórdia e a família da criança acredita na possibilidade de o bebê ter contraído infecção dentro do hospital. A mãe, uma adolescente de 17 anos, contou que a filha, Emily Vitória, apesar de ter nascido prematuramente, estava bem de saúde. “Ela nasceu de sete meses, mas estava bem, esperta. Sábado eu passei o dia inteiro com ela”.

Segundo a mãe, a notícia da morte foi totalmente inesperada. “Recebi uma ligação hoje (ontem) dizendo que era para vir falar com a médica e quando cheguei soube que ela estava morta. Uma médica disse que tinha sido uma infecção. Estou muito triste, não esperava que isso pudesse acontecer”, afirmou. A mãe veio de Abaetetuba ter a criança, que já estava internada há cerca de um mês.

Segundo a mãe, havia 18 crianças mortas na Santa Casa somente na manhã de ontem. “Todas essas crianças que faleceram hoje (ontem) tiveram o mesmo problema”.

Maria do Carmo Lobato, presidente da Santa Casa, desmentiu a denúncia, que foi tratada como um boato. “Não entendo como podem desencadear um boato como esse, é uma questão muito séria. Não ocorreu nada de anormal em relação ao número de óbitos de crianças”.

Segundo a presidente, a Santa Casa registrou quatro mortes de crianças de sábado até ontem. “Foram dois recém-nascidos no sábado, um no domingo e outro na madrugada de hoje (ontem)”.

As causas das mortes, segundo a presidente, estão relacionadas à prematuridade das crianças e ao estado grave de saúde que algumas apresentavam. Maria do Carmo também descartou qualquer possibilidade de infecção no hospital. “Não há possibilidade de bactérias ou infecções. Temos um trabalho de prevenção e, quando um caso de bactéria é detectado, tomamos as medidas imediatamente”.

No início da tarde, Esmeralda Ferreira Soares, avó de uma das crianças mortas do final de semana, foi ao hospital buscar o corpo do bebê. Com o caixão nas mãos, ela preferiu não dar entrevistas. Mas contou que vinha do município de Irituia.

A presidente da Santa Casa ressaltou que o hospital recebe uma grande demanda de crianças vindas de outros municípios e que, muitas vezes, isso acontece sem um contato com a central de regulação de leitos. “Esse é um dos grandes problemas que enfrentamos. Muitos municípios encaminham pacientes sem ter o leito disponível”, disse. A Santa Casa possui 107 leitos de neonatologia e são realizados no hospital cerca de 500 partos por mês. (Diário do Pará)