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Aids avança em mulheres entre 25 e 59 anos

A grande incidência de Aids entre as mulheres tem preocupado os profissionais de saúde. Segundo o Boletim Epidemiológico 2010 feito pela coordenação de DST/Aids, da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), em 90% dos casos, as mulheres estão na faixa etária

A grande incidência de Aids entre as mulheres tem preocupado os profissionais de saúde. Segundo o Boletim Epidemiológico 2010 feito pela coordenação de DST/Aids, da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), em 90% dos casos, as mulheres estão na faixa etária de 25 a 59 anos.

A infectologista Rita Medeiros, presidente da Sociedade Paraense de Infectologia (SBI), explica que “a feminilização da Aids tem ocorrido devido às condições inerentes ao organismo feminino, uma questão biológica. A infecção está avançando bastante na nossa região, contudo, antes era concentrada nos centros urbanos, e agora se interioriza, chegando a vários municípios do Estado. A incidência é maior em pessoas de classe D e E”.

O boletim destaca que 80% dos municípios paraenses já apresentam pelo menos um caso notificado de Aids. O diagnóstico tardio junto com a inadequada qualidade de assistência dos serviços especializados em HIV/Aids podem estar entre os fatores responsáveis.

A educadora social Maria Elias Silveira, 33 anos, é portadora do vírus HIV desde os 23 anos. “Fiquei sabendo da doença através de uma ação de cidadania no Ver-o-Peso que englobava vários serviços gratuitos à população. Na época eu trabalhava lá e por curiosidade resolvi fazer o teste de HIV. Os dois exames deram positivo, tanto o primeiro, quanto o segundo que é o confirmatório”, disse. “No momento não me desesperei. Mas, após 10 anos, eu analiso o acolhimento do serviço social, a forma como agiam naquela época. Eles diziam que a pessoa estava com doença e que se infectasse alguém seria presa”.

LUTA

Hoje, a educadora participa de uma luta diária na busca pelo avanço de políticas públicas com ênfase na Aids e coordena a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids em Belém. Maria, que já frequentava a entidade há cinco anos, assumiu a coordenação em 2008 e agora viaja o Brasil conscientizando as pessoas sobre a doença. “Por incrível que pareça, desses 10 anos pra cá, depois que me envolvi com estudos e projetos ligados à doença, me senti porta-voz de pessoas que não têm coragem de assumir sua condição de ser soropositivas e morrem sozinhas. Virei referência para essas pessoas, alguém que pode ajudar”.

ROTINA

Diferente do imaginário que foi criado no passado, o portador de HIV desfruta de uma vida normal. Sem limitações, ele cumpre uma rotina de trabalho normal e mantém relacionamentos sexuais normalmente, fazendo uso do preservativo. Rita Medeiros esclarece que “apesar de estarmos longe de uma cura da doença e não termos uma vacina eficaz, graças aos antivirais é possível proporcionar condições de vida de melhor qualidade. É uma doença crônica que precisa ser controlada”.

Quando descobriu a doença, Maria já tinha um casal de filhos e explica de que forma foi contaminada: “contraí a doença no período da prostituição, na época em que tinha de 18 a 24 anos. Usava preservativo com alguns e com outros não. O não uso da camisinha às vezes era exigência do cliente. Existem homens que pagam mais caro para ter relação sexual sem o preservativo. Por isso o trabalho de conscientização com destaque para as DSTs e uso do preservativo feminino é muito importante na zona de prostituição”.

Segundo a coordenadora, apesar da incidência da Aids ser maior nas mulheres, quem mais sofre com o preconceito são os homossexuais. “Nunca sofri preconceito, não que eu tenha percebido. Acho que isso é uma construção que começa a ser feita dentro do lar, tem que ter uma conversa com os familiares. As pessoas do movimento LGBT são as que mais sofrem. Meus filhos possuem a vida sexual ativa e já orientei cada um a espalhar a prevenção, eles defendem as pessoas do preconceito, são multiplicadores”.

Rita Medeiros destaca que os jovens hoje se preocupam muito com a gravidez e adotam outros métodos contraceptivos, o que é um erro. “É extremamente importante o uso de preservativo, seja ele masculino ou feminino, eles reduzem em quase cem por cento, não só a Aids, mas as doenças sexualmente transmissíveis no geral”. (Diário do Pará)

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