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Lei seca e Belém não combinam

Não há lei, multa ou orientação que mude uma cultura enraizada nos habitantes da capital paraense: o gosto pela vida noturna. Mesmo com a decisão da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) de estabelecer horários de comercialização de bebidas al

Não há lei, multa ou orientação que mude uma cultura enraizada nos habitantes da capital paraense: o gosto pela vida noturna. Mesmo com a decisão da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) de estabelecer horários de comercialização de bebidas alcoólicas, segundo a Portaria nº 014/2011, parte da população ainda dribla a fiscalização e passa a madrugada em bares, postos de gasolina e depósitos. Foi o que constatou a equipe do DIÁRIO DO PARÁ na madrugada da última sexta-feira.

O vendedor de uma loja de conveniência no bairro de São Brás Marley Martins conta que os clientes fazem de tudo para driblar a nova lei. “Eles compram várias bebidas de uma só vez ou então vão a um supermercado 24h e compram o gelo aqui”, explica. Sobre a diretriz, Marley diz que, estando no trabalho, está de acordo. “Tem muita gente que se altera quando fica bêbado e aí é melhor dificultar a embriaguez”, opina.

Nos bares, o público também tem estratégias para a saideira, quando os garçons avisam que o funcionamento encerrou. “No final, a gente ainda demora mais para fechar, mesmo”, admite o gerente de um bar na avenida Almirante Wandelkolk, no bairro do Umarizal, ao ver o garçom continuar levando cerveja aos clientes. Johnny Santos está à frente do local há 1 ano e já percebe a diminuição no faturamento nas últimas semanas. “Acho que essa lei generaliza os locais e as pessoas. Não há necessidade de obrigar os consumidores a não beberem”, afirma.

Ainda na mesma avenida, num depósito recém-inaugurado, a movimentação não se alterava com o passar das horas. Às 2h da madrugada, várias mesas lotavam o local e as pessoas não planejavam voltar para casa. “Só saio daqui quando encerrarem tudo. Qual o problema, se não tô fazendo nada demais?” afirmou nervosa uma jovem que preferiu não se identificar.

Com uns amigos em um bar na Pedreira, a empresária Camila Barros tentava explicar por que é contrária à lei. “Acho que não interfere na violência. Eu mesma se quiser continuar bebendo reúno os amigos em casa. É mais uma regra ineficaz”, afirma.

Lei não pega em bares “classe A”

No bairro do Marco, na avenida João Paulo II, um tradicional bar continuava com as portas abertas mesmo após o horário determinado. Ao lado do estabelecimento, duas viaturas da Polícia Militar apenas contemplavam o movimento. Segundo o cabo Fernando, da 10ª Zona de Policiamento, o local estaria enquadrado em uma “classe A” que dá direito a permanecer em funcionamento por um horário mais longo.

O policial ratificou, contudo, que a polícia tem feito a orientação de fechamento e que os proprietários que se recusam estão desobedecendo a lei.

No Telégrafo e na Cidade Velha, o ponteiro já se aproximava das 3h, mas ainda era possível encontrar locais que vendiam bebidas alcoólicas. O responsável por um estabelecimento na avenida Tamandaré preferiu não dar entrevistas, mas afirmou que não cumpre a determinação porque não foi instruído sobre o assunto. “Vi na televisão, mas ninguém veio comunicar oficialmente”. Crítica semelhante foi feita pelo gerente de condomínio Ednilson Duarte. Bebendo com um amigo, ele afirmou desconhecer a lei. “Nunca tinha ouvido falar nisso. Já está valendo?” Questionado sobre o que faria se o bar que frequenta aderisse à norma, ele foi enfático: “Iria pro Ver-o-Peso, porque lá é 24h”, garantiu.

DESRESPEITO

Trafegar por Belém na madrugada requer atenção. Pelas ruas são inúmeros os flagrantes de desrespeito à legislação de trânsito. No bairro de Canudos, um grupo de motociclistas fazia acrobacias e dirigia sem capacete, em alta velocidade.

Na Pedreira, dois acidentes, sem vítimas, também indicavam a falta de prudência dos condutores. Além dos perigos, a precariedade de algumas vias contribui para possíveis transtornos.

No bairro do Guamá, diversas ruas não contam com iluminação pública e representam perigo para moradores e transeuntes. Para completar o cenário, há ainda a poluição sonora. Em alguns postos de gasolina, era possível encontrar dezenas de carros estacionados com caixas de som de alta potência.

SEGUP RESPONDE

Sobre as irregularidades presenciadas pela equipe do DIÁRIO, o major da Polícia Militar, Leno Carmo, explicou que, com o deslocamento de um grande efetivo de policiais para a Operação Carnaval, a fiscalização ficou, de fato, comprometida. “Assim que passar o feriado, entretanto, voltaremos com toda a força com as ações da Operação Hypnus”, A respeito da permissão para extensão no horário de funcionamento para bares “Classe A”, o major disse que esta classificação é de responsabilidade da Polícia Civil. A reportagem tentou contato com a assessoria da Polícia Civil, mas não obteve resposta até o fechamento da edição. (Diário do Pará)

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