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POLÍCIA

Estupro de adolescente era mentira

Vergonha. Esse é o sentimento que a dona de casa Maria Francisca da Silva expressa depois que a verdade veio à tona. A sobrinha de 15 anos fingiu ter ficado mais de 15 dias em uma cama sem poder se locomover e falar, após ter dito que sofreu abuso sexual

Vergonha. Esse é o sentimento que a dona de casa Maria Francisca da Silva expressa depois que a verdade veio à tona. A sobrinha de 15 anos fingiu ter ficado mais de 15 dias em uma cama sem poder se locomover e falar, após ter dito que sofreu abuso sexual no balneário Baiacu, na localidade de Pau D´arco, no município de Santa Bárbara, no dia 4 de novembro.

“Eu estou com vergonha de todos que, assim como eu acreditaram em toda essa história. Ela me fez de besta e a todo o pessoal do Conselho Tutelar de Santa Bárbara. Inventou essa história de estupro. Até os médicos da Santa Casa acreditaram que ela estava sem andar e falar por causa do trauma que teria sido muito forte. Eu estou com vergonha. Fiquei até doente por conta dessa menina”.

No dia 24 de novembro, a adolescente voltou a ser examinada na Santa Casa de Misericórdia a se manteve imóvel e sem falar, apenas escrevia em um caderno o que teria acontecido com ela. “Nós tínhamos que carregá-la e levá-la ao banheiro, recebia comida na boca”, relembrou a tia.

A mentira começou a ser descoberta no mesmo dia da consulta, à noite, quando a tia chegou em casa e não a viu no quarto. “Eu perguntei por ela e a minha filha disse que ela tinha saído de moto com um rapaz e uma mulher. Eles disseram que iam lanchar. Isso foi por volta das 20h e ela só reapareceu quase 23h30. Foi então que comecei a desconfiar que era tudo mentira. Ela começou a andar com dificuldade, mas ainda ficava sem falar.

Alguns dias depois a adolescente arrumou as sacolas e fez gestos de que iria embora. “Eu perguntei onde ela pensava que ia e ela continuou se fazendo de muda. Foi então que eu disse que ia ligar para o pessoal do conselho vir aqui em casa e levá-la para Santa Maria do Pará, onde os parentes da mãe dala moram. Foi então que ela se revoltou, arrastou as sacolas para o meio da rua e depois começou a gritar coisas horríveis para mim.

Disse que eu não era nada para ela e que ela fazia o que queria da vida dela. Eu quase morri nesse dia”, relembrou a tia.
O resultado do laudo do IML, que ficou pronto na semana passada, constatou que a jovem não sofreu abuso sexual.

A HISTÓRIA
A adolescente contou que no dia 4 de novembro foi com quatro amigas, sendo uma adolescente, para o balneário “Baiacu”, onde conheceu José Luís Silva do Rosário - também conhecido como “Índio” - acusado de ter cometido o estupro. Ela contou que do balneário teriam ido para a casa do Índio, onde teria ocorrido o fato. “Chegando lá, me levaram para o quarto, fecharam a porta, abusaram de mim e tentaram me matar estrangulada”, disse a adolescente.

INQUÉRITO
Como a jovem só fez a ocorrência de estupro três dias depois, o acusado escapou de ser preso em flagrante. “Ele correu o risco de ser preso por uma coisa que não fez, mesmo assim o inquérito corre normalmente e será entregue à justiça que vai decidir se arquiva ou não”, contou a delegada de Santa Isabel, Maria Sálvia. (Diário do Pará)

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