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PARÁ

Re-Pa: 105 anos de história e um clássico ainda cheio de emoção

Mais de um século, especificamente 105 anos de história. O Re-Pa comemora aniversário hoje. Em 14 de junho de 1914, Remo e Paysandu jogavam contra pela primeira vez no Parazão. A rivalidade foi aberta no clássico mais disputado do mundo com vitória do Leã

Mais de um século, especificamente 105 anos de história. O Re-Pa comemora aniversário hoje. Em 14 de junho de 1914, Remo e Paysandu jogavam contra pela primeira vez no Parazão. A rivalidade foi aberta no clássico mais disputado do mundo com vitória do Leão, por 2 a 1.

Hoje já são 747, mas no próximo dia 23 de junho, mais um clássico será disputado, desta vez pela Série C do Campeonato Brasileiro.

Emoção nas arquibancadas e no gramado, o Re-Pa é um tipo de clássico que envolve o paraense, mesmo os que estão longe. Com a internet disponível, é impossível não acompanhar o seu time em dia de jogo. A emoção e amor dos clubes passa de geração para geração, mesmo que pelo caminho tenha um “secador”.

O que vale sempre é dividir o churrasquinho ou a cervejinha em dia de Re-Pa minutos antes de começar o jogo aos arredores do estádio Mangueirão.

PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL

No dia 4 de maio de 2016, o Re-Pa foi declarado patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará, sendo qualificado como uma expressão cultural do povo paraense.

TORCEDORES

Se dentro das quatro linhas a rivalidade é alta, imagina nas arquibancadas. Esse negócio de futebol mexe com o coração das pessoas. Rodrigo Gonçalves e Rodrigo Neves são torcedores da “bancada”, de discursões para defender seu time, de encarnação pós vitória e tristeza com a derrota. Típico torcedor raiz.

Rodrigo Gonçalves tem memórias afetivas do clássico. “Quando penso em Re-Pa lembro do primeiro que fui, em maio de 97. O Paysandu vencia por 1 a 0, no finalzinho o Remo fez 3 gols. Foi inesquecível”, disse emocionado. “Ali, eu com 10 anos, descobri de verdade que era remista”, acrescentou.

Benício e Rodrigo uniformizados. Foto: Arquivo Pessoal

A emoção do torcedor foi passada para o seu filho, que já realizou até os sonhos do seu pai. “Meu sonho sempre foi entrar com os jogadores no gramado, não consegui realizar pois meu pai além de se Paysandu, saiu cedo de casa. Eu ia para o estádio com vizinhos. Quando vi meu filho entrando no gramado com os jogadores, me senti realizado. Era um sonho meu e ele realizou por mim. Tenho a oportunidade de fazer com ele o que queria que meu pai tivesse feito por mim. Um dia ele vai sentir o amor pelo Remo que hoje eu sinto”, finalizou o azulino.

Benício, com meses, já no gramado, realizando um sonho do pai. Foto: Cezar Magalhães

Do outro lado da Almirante Barroso também tem torcedor “apayxonado”. Rodrigo Neves tem um guarda-roupa recheado de camisas alvicelestes. Ele é daqueles que não abandona o Papão e também tem lembranças incríveis do clássico.

Rodrigo em dia de vitória bicolor. Foto: Arquivo Pessoal

“Quando penso em Re-Pa, vem logo aquela sensação da cidade toda se mobilizando em função do clássico, as ruas tomadas pelo azul celeste e pelo azul marinho, carros tocando hinos dos clubes, com bandeirões, churrasquinho de gato, crianças correndo nas ruas com os mantos... E o melhor, a gente deixa pro final, quando o jogo acaba com uma linda vitória do meu Papão da Curuzu sobre o rival, essa sim é a melhor sensação que um torcedor pode viver num Re-Pa”, contou Rodrigo Neves.

Quem encontrar com ele em dias de jogos do Papão? Ele certamente estará nas arquibancadas, faça chuva ou sol.


Rodrigo no estacionamento do Mangueirão em dia de clássico. Foto: Arquivo Pessoal

JOGADORES

Para o profissional da bola um clássico jogado é de arrepiar. Emoção pura, Yuri Naves e Diego Matos podem adicionar aos seus currículos belos jogos, entre eles Re-Pas.

Yuri Naves voltou ao Clube do Remo este ano. Com a identificação recíproca com o time, o volante não esconde o quanto é satisfeito em atuar com a camisa azulina. “O Re-Pa é um jogo muito muito especial. Eu fico um pouco triste porque é um clássico um pouco menosprezado no cenário no âmbito do futebol nacional, é um dos maiores clássicos do país, é um que mais tem história, é um clássico super tradicional. De todos os clássicos que eu joguei é o que eu mais vi envolvimento da cidade, da torcida, da imprensa e da comissão técnica. É um clássico que conta muito não só futebolisticamente, culturalmente falando”, analisou o atleta.

Mesmo com essa análise objetiva, Yuri classifica como uma emoção única ao falar de Re-Pa. “Poder jogar um Re-Pa é uma emoção que só quem vivencia a semana do clássico, só quem vivência dentro do jogo, tem uma noção do que é jogar um Re-Pa. É um clássico dessa magnitude gigantesca, e com certeza, quem todos os atletas que jogaram, tem esse jogo como marcante”, finalizou.

Volante remista atuando contra o PSC em 2016. Foto: Fernando Torres/Paysandu

Para o jovem Diego Matos, da base bicolor, a emoção ainda é explicável. Porque mesmo atuando na sua primeira temporada como profissional, ele já tem uma marca especial: fez gol no Clube do Remo.

O atacante, 22 anos, marcou o gol de empate do segundo Re-Pa do Campeonato Paraense de 2019. Imagina, um garoto vestir a sua primeira camisa como profissional e marcar no maio rival!

“Falar do Re-Pa é algo mágico, um dos maiores clássicos do mundo, que para o Estado e tenho certeza que todo jogador gostaria de fazer parte da história desse grande espetáculo. Pra mim jogar um clássico é a realização de um sonho. Quando eu era criança, sempre ai ao estádio com meu pai assistir jogos, já me imaginava um dia estar lá dentro de campo, jogando. Graças a Deus realizei esse sonho, e não poderia ter sido melhor: no meu primeiro clássico eu fiz um gol. É uma sensação única e uma emoção explicável. Não tenho palavras pra expressar esse”, contou emocionado.

(Bruna Dias/DOL)

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