Leão fecha os treinos para não dar munição ao adversário

A sequência invicta do Clube do Remo neste começo de Série C fez com que a equipe despertasse curiosidade dos adversários nesta fase classificatória, algo ressaltado, inclusive pelos jogadores do elenco e comissão técnica azulina. E para colocar um freio imediato nas tentativas de expor qualquer estratégia ou escalação para o Atlético-AC, que certame terá como base o desempenho do Ypiranga-RS para beliscar um ponto em Belém, no domingo (26), os azulinos adotaram uma postura até então inédita na temporada em semana preparatória de jogo: fechar os portões durante os treinamentos da equipe.

A iniciativa, que começou a valer desde ontem, é consequência do empate em 0 a 0 pela última rodada, situação em que o time deixou de conquistar dois pontos como mandante e, consequentemente, a liderança do seu chaveamento. A atitude é reflexo da ineficácia apresentada pelo setor ofensivo, já que o time atuou bem no duelo contra os gaúchos. Dessa maneira, é provável que o comandante Márcio Fernandes faça alguns experimentos no ataque até o próximo confronto remista.

O embaraço, no entanto, ocorreu justamente no lançamento de um jogador para cumprir a função de centroavante, pois, no atual elenco, somente Emerson Carioca e Mário Sérgio executaram o papel até então. Dos restantes, todos os profissionais têm como característica a velocidade, não sendo propriamente referências na pequena área.

OBJETIVIDADE

Nesse ponto, é possível que o treinador aposte em atuar diante dos acrianos sem um homem mais avançado, por dois fatores específicos. O primeiro é relativo à evolução ofensiva do time quando contou com velocistas diante do Ypiranga-RS. Carioca, por exemplo, esteve anulado até o fim da partida, ao observar os companheiros serem mais objetivos. O segundo, é em cima do estilo de jogo do Galo Carijó, de menor intensidade comparado com os rivais enfrentados. No entanto, é preciso se desdobrar para tornar a vencer. “Temos que estar preparados para mais esse desafio. Temos que procurar corrigir o que erramos e não perder mais pontos em casa. Não podemos deixar o empate nos abater, faz parte do futebol. Agora é esquecer e dar o melhor para fazer a pontuação em casa”, disse o volante Yuri.

Procura por um centroavante continua

Aevolução do Clube do Remo em campo, sobretudo quanto à administrar as partidas, com a paciência de manter a posse de bola em vez de arriscar na marra as jogadas com chutões e lançamentos sem precisão, tem sido bem avaliada por quem acompanha o time. Quanto às finalizações, porém, as críticas seguem em um tom mais fervoroso.

A diretoria de futebol do Leão está ciente disso. Os dirigentes reiteraram que estão atrás de um atleta para revezar na função de centroavante com Emerson Carioca. Contudo, o mercado não está tão fácil nesse momento. “Estamos atentos a tudo. Acontece que não vamos trazer um jogador apenas por trazer. Sabemos que isso prejudica até o ambiente. Não temos um jogador destaque hoje nessa posição que seja viável contratar”, disse o diretor de futebol Dirson Neto.

Ainda de acordo com o diretor, além da falta de jogadores com bom desempenho, o tema salário é um entrave na negociação. “É tudo questão de planejamento. É uma peça que precisamos, mas não vamos ceder só por isso. Alguns pediram valores fora da realidade. É preciso um pouco de paciência”, explicou.

Dirson Neto ainda comentou sobre as negociações que estavam adiantadas com alguns jogadores, mas que não foram concretizadas. “A gente entende que é necessário, estamos sempre no mercado. Tentamos com o Tito, com o Neto Baiano. Tentamos também com o Hugo Almeida e estava avançado, mas não foi para frente”, pontuou.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)