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ESPORTE PARÁ

Gramado do Mangueirão estava em um estado deplorável no início do Parazão

Quem olhava de longe - ou somente por foto ou vídeo - até podia imaginar que o gramado do Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, no jogo entre Remo e Bragantino, no último domingo (14), estava coberto de neve. É que o verde da grama se perdia com tanto b

Quem olhava de longe - ou somente por foto ou vídeo - até podia imaginar que o gramado do Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, no jogo entre Remo e Bragantino, no último domingo (14), estava coberto de neve. É que o verde da grama se perdia com tanto branco, que de neve não tinha em nada, mas, sim, muita areia para cobrir as suas falhas. Um tratamento que, segundo o engenheiro agrônomo responsável pelo gramado do estádio, Raimundo Nonato Mesquita, serve para a recuperação do gramado.

Mesquita não participou da equipe que está realizando essa recuperação do gramado que, por sinal, está sendo feita por empresa terceirizada, mas o especialista explicou que o processo é esse. “Eles (Secretaria de Estado de Esporte e Lazer) contrataram uma empresa para revitalizar o gramado para o início da temporada de 2018 e a empresa fez uma programação para que o gramado estivesse recuperado a tempo. Essa areia serve para reparar as áreas baixas do gramado”, explicou Mesquita.

Já o engenheiro agrônomo Luis Carlos Nunes Carvalho, explica ainda que, na manutenção de um gramado, se faz necessária uma camada de areia e substrato, mas que exige um tempo maior entre a aplicação até o uso devido. “Colocar aquela quantidade de areia antes do jogo foi um erro grave. Existe essa camada para a planta poder se desenvolver normalmente, mas em um prazo curto isso não acontece. Fica a impressão de que foi colocado areia somente para tapar os buracos”, pondera o engenheiro.

No detalhe, os assentos das arquibancadas sujos e sem conservação (Foto: Divulgação)

SILÊNCIO NA SEEL

A Seel foi procurada pela reportagem, mas ninguém quis se pronunciar sobre o assunto. Vale lembrar que a secretária de Esporte responsável pelo estádio é Renilce Nicodemos, apadrinhada no cargo pelo deputado federal Wladimir Costa.

Por muitas vezes a bola parecia “quicar” no gramado em vez de correr, e tanto os técnicos quanto jogadores reclamaram das condições da grama, que deveria estar em situação ao menos de uso para o primeiro jogo do Campeonato Paraense de Futebol. O técnico do Clube do Remo, Ney da Matta, disse após a partida que o piso estava muito ruim para o desempenho. “Na verdade, nosso papel é entrar em campo e vencer. Não temos que dar desculpas. Mas, cá para nós, o piso de hoje (domingo) estava muito ruim para o desempenho de qualquer equipe. E acreditem, isso afeta muito no rendimento de um jogador”, ponderou o comandante.

Já o técnico do Bragantino, Artur Oliveira, comentou após o jogo que um gramado ruim prejudica em tudo. “Não queremos tirar o merecimento da vitória do Remo, mas até onde conseguimos chegar, fomos bem. É difícil você não contar com um banco e muito menos com um gramado que te prejudica em tudo. Sabemos que nessa época chove, daí as coisas pioram”, ressaltou o técnico.

O meia do Remo, Adenilson, comentou sobre as péssimas condições do gramado: “Não favoreceu o nosso time ao longo do jogo”, reclamou.

Condições do gramado causou espanto e revolta em torcedores e jogadores. Foi uma sorte ninguém ter sofrido uma contusão séria durante a partida. (Foto: RBATV)

Desempenho prejudicado e risco aos atletas

O aluguel do Mangueirão para a partida foi de 8 mil reais, fora todas as outras despesas do jogo. Mas o que intriga o torcedor, que teve o anúncio da venda dos ingressos ainda em dezembro, não é só o alto valor, mas também as condições do serviço que o estádio ofereceu. A festa foi bonita nas arquibancadas, o torcedor, principalmente do Remo, gostou do que viu depois do resultado de 3 a 0, mesmo com a bola mais “quicando” do que deslizando pelo gramado, mas o que os azulinos temiam mesmo era até que ponto aqueles buracos tampados com areia poderiam prejudicar o desempenho dos atletas.

Para o torcedor remista, Josué Magalhães, os times estavam limitados por causa das péssimas condições do palco. “A bola não estava rolando e deu para ver que inclusive o time do Bragantino tinha muita qualidade técnica, mas eles foram prejudicados. Eles são velozes, mas não conseguiram desenvolver. O risco maior seria mesmo se algum jogador tivesse pisado em um daqueles buracos e torcesse o tornozelo”, avaliou o torcedor.

De acordo com o diretor de futebol do Remo, Milton Campos, essa situação era de conhecimento do clube. “A secretaria nos informou das condições do gramado e, inclusive, nós abrimos mão de treinar lá para que pudéssemos poupar mais a grama”, justificou o diretor.

EM NÚMEROS

R$ 8 mil - Valor do aluguel do Mangueirão, que estava totalmente sem condições de uso

Eventos não-esportivos foram realizados no estádio. Só faltou alguém se tocar de que depois era preciso manutenção... (Foto: Reprodução/Facebook)

Manutenção em cima da hora dá nisso

A agenda de eventos sem caráter esportivo também teve relação direta com esse estrago de grandes proporções ao gramado do Mangueirão. No dia 17 de novembro de 2017, um festival de música sertaneja foi realizado no estádio. Já no dia 23 de dezembro, foi a vez de outro festival, agora voltado para a música eletrônica. Ambos contaram com uma grande estrutura de palco, teoricamente montada de forma a não prejudicar o estado do gramado.

De qualquer forma, a culpa não é dos organizadores dos eventos, já que pagaram pelo uso. O fato é que havia tempo suficiente para a realização dos reparos por parte da administração do estádio – ao menos 20 dias. Mas não foi o que aconteceu, com a manutenção sendo deixada praticamente para a véspera do jogo. “Foi anunciada para o torcedor a venda dos ingressos ainda em dezembro. Por que deixaram para realizar a manutenção dessa grama dois dias antes do jogo?”, questionou o torcedor Josué Magalhães.

Como a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) não quis se manifestar sobre o caso, o torcedor fica sem respostas concretas e o que transparece é mesmo a falta de zelo com um patrimônio do povo paraense. Espera-se que a situação se resolva o quanto antes, pois o campeonato já começou e todo mundo sabe que o Pará vive a época de chuvas fortes, então, o que está ruim, pode piorar. E bastante.

(Diário do Pará)

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