As meninas de ouro do Pará conquistam o Brasil

As meninas do Pinheirense estão na elite do futebol brasileiro feminino em 2018. Com uma campanha perfeita no Campeonato Brasileiro A2, que finalizou em julho deste ano, foram 11 jogos, sendo oito vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Ao todo, 34 gols foram marcados e só sete sofridos. Título inédito e histórico para as meninas do General da Vila, que tiveram que superar a falta de estrutura e até as temperaturas baixas, como em São Paulo, quando enfrentaram a Portuguesa. Foram deles, portanto, um dos maiores feitos esportivos do Pará no ano.

A técnica do Pinheirense na época do título, Aline Costa, que atualmente comanda o Paysandu, conta um pouco sobre a grande jornada empreendida por ela e pelas meninas do grupo. “Quando recebi o convite, falei com o presidente do Paysandu na época, o Sérgio Serra, e ele me liberou. Quando cheguei no Pinheirense, tínhamos só 12 atletas, daí vi a necessidade de buscar mais 13 na equipe bicolor e assim formamos o nosso time, superando em cada jogo as dificuldades que eram de temperaturas totalmente diferentes da nossa aqui em Belém, mas nada nos abatia e com o plantel de qualidade trouxemos esse titulo inédito para o nosso estado”, ressaltou Aline, relembrando ainda que uma das maiores dificuldades do time era não ter material para treinar no início da preparação para a competição.

“No início da temporada não tínhamos bola, nem material para treino. O Pinheirense estava passando por situação delicada, fizemos uma coleta e compramos material de treino, e o de jogo a CBF nos deu. No decorrer das partidas, as coisas foram melhorando e o trabalho foi sendo ajustado e o fator primordial para esse título foi o empenho da comissão e das meninas”.

Artilheira do Brasileiro com dez gols, a atacante Irley, 23, que atualmente está na equipe do Paysandu, acumula outros títulos no currículo. Campeã quatro vezes pelo Paraense nos times da Esmac, Tuna e Pinheirense, ela conta que não se sentia preparada para ser campeã no Brasileiro. “Nunca imaginávamos que íamos tão longe. A Aline perguntou para a nossa equipe se queríamos só participar do campeonato ou brigar por títulos. E nos unimos e tiramos força de onde não tínhamos para conquistamos esse sonho”, revelou a atacante paraense.

(Kezia Carvalho/Diário do Pará)