Ceju deve ser reaberto em junho

Desde que foi inaugurado, em 2007, o Centro Esportivo da Juventude (Ceju) tem sido um estádio que abriga diversos jogos de competições amadoras e alguns alunos de programas sociais. Quando a Fifa chegou a Belém com seus técnicos para reformar o Ceju como primeira obra do projeto ‘Legado Social da Copa do Mundo’, a expectativa era de uma reformulação intensa que traria mudanças e muitas novidades para o futebol de base do Pará. Quase um ano depois, o espaço continua fechado para obras e nenhum jogo ou treino foi realizado lá. Esse marasmo, no entanto, promete acabar em breve. Segundo a Federação Paraense de Futebol (FPF), o espaço deve ser reaberto em junho, já não mais como um estádio mas como Centro de Treinamento.

“Na antiga estrutura do Ceju não havia como alocar muitas atividades. Tínhamos apenas um campo de dimensão oficial, as dependências e arquibancada. Além dos jogos oficiais, às vezes programamos alguns treinos das equipes profissionais, mas pelo número de equipes de base, não tinha como disponibilizar o espaço para o treinamento”, explica Fernando Castro, diretor técnico da Federação Paraense de Futebol e responsável pelo projeto de aproveitamento do Ceju.

O dirigente aponta que a grande mudança vem na forma dos quatro campos – três de grama sintética e um com grama e medidas oficiais. “Com essa disposição, temos como alocar até quatro treinos ao mesmo tempo, e esse é o plano – desenvolver uma escala de horários e disponibilizar determinados campos, em determinado horário, para cada equipe do futebol de base do estado, melhorando as condições de treino de cada uma”, aponta Fernando.

Fernando afirma que o espaço já está com as obras praticamente concluídas, faltando apenas o acabamento em um dos campos, e que não foi aproveitado até agora porque, enquanto não for 100% finalizado, ele continua sob controle da Fifa.

“A solenidade em Belém, com a presença do secretário geral Jerome Valcke, não foi uma inauguração, mas a assinatura do convênio. As chuvas intensas do ano passado pra cá atrasaram a entrega da obra, que estava prevista para fevereiro ou março deste ano, mas o plano é que o novo espaço seja entregue no mês de junho e seja aproveitado já na disputa do Campeonato Paraense Feminino”, explicou Fernando Castro.

Projeto prevê ações de capacitação

O projeto ainda prevê que outras ações sigam à inauguração do Ceju, visando a capacitação das pessoas envolvidas com futebol de base. “Já desenvolvemos um curso de capacitação para treinadores, o próximo passo é o desenvolvimento de um curso de capacitação para gestores de divisão de base. Com seus administradores tendo uma visão mais profissional e organizada, as chances de resultados crescem sensivelmente” explica Castro.

Além do treinadores e gestores, a FPF planeja trazer a academia para dentro do futebol paraense. “Pretendemos fazer um convênio com uma universidade do estado para abrir as divisões de base dos clubes como espaço para o estágio obrigatório de cursos correlatos, como educação física, nutrição, medicina, odontologia, psicologia e etc. Seria uma relação de ganho mútuo, com os clubes ganhando esse serviço e os acadêmicos ganhando experiência para desenvolver a atividade profissional”, diz Castro.

Fernando afirma que a partir da próxima semana deve iniciar as reuniões com representantes dos clubes para apresentação do projeto e acertar detalhes. A perspectiva de resultados é para um período de 4 anos, mas o diretor técnico é confiante. “Nossa ambição é que num futuro próximo mesmo equipes de menor porte tenham condições de formar e negociar seus atletas – dependendo menos da arrecadação de bilheteria para a saúde financeira dos clubes”, encerra.

(Diário do Pará)