Paysandu tem aproveitado atletas da base e empolga

O sonho de se tornar jogador profissional, ganhar fama e ter uma conta bancária milionária faz com que cerca de 200 garotos, na faixa de idade entre 13 e 20 anos, encarem a rotina de treinos quase que diários nas divisões de base do Paysandu. Esses atletas chegam ao clube, alguns deles vindos do interior do estado, sonhando com o estrelato ostentado por famosos do futebol, como o brasileiro Neymar e o argentino Messi, por exemplo. A maioria deles, porém, já se dará por satisfeita se pelo menos chegar algum dia a vestir a camisa do time principal do Papão.

A meta mais modesta tem exemplos de sobra para a garotada da base bicolor. Foi de lá que saíram alguns dos jogadores que hoje defendem o Papão. Casos dos zagueiros Marquinhos e Pablo, do meia Djalma, do atacante Leandro Carvalho e do principal espelho para a garotada, o lateral-direito Yago Pikachu, que desde os 13 anos veste a camisa do clube. Os garotos não escondem que os profissionais vindos da base servem como exemplo.

“A gente se espelha muito no futebol deles, que são jogadores vitoriosos”, conta o volante Alisson, 16 anos, uma das crias promissoras do clube. Junto com ele, também se destacam o também volante Lucas Geovani, de 16 anos, e o lateral-esquerdo Erick, 15 anos. Este último vindo de Barcarena por indicação do meia Djalma. A maioria da garotada da base bicolor foi descoberta em “peneiradas” feitas em Belém e cidades do interior, quando já tinham na cabeça o desejo de se tornarem grandes ídolos.

O primeiro passo para o estrelado, no pensamento deles, foi dado com a chegada à Curuzu. Alguns sequer em condições de comprar o material essencial, como o par de chuteiras, que neste caso acaba sendo doado pelo clube ou por alguns colaboradores. No futuro, dependendo da capacidade de cada um deles, a falta de dinheiro poderá ser apenas uma recordação, como acontece hoje com tantos craques.

Alisson quer conquistar o seu espaço

O garoto Alisson, 16 anos, sempre teve na cabeça um sonho: o de se tornar jogador de futebol. Em casa, ele conta, não faltou o apoio do pai, Elyvandro Gonçalves, e da mãe Roseane Moura, que, quando podem, acompanham os jogos do filho. “Quem mais costuma ir aos jogos é o meu pai nos finais de semana, quando está de folga do trabalho”, diz Alisson, que deu seus primeiros chutes pelo Comercial, time amador de Ananindeua.

“Eu treinava e jogava lá, mas aí o treinador do time, o Zezão, resolveu me trazer para o Paysandu, confiando no meu futebol”, informa Alisson. O atleta tinha apenas 13 anos quando foi apresentado na Curuzu. Aos poucos foi subindo degrau por degrau e hoje faz parte do grupo de sub-17. A primeira grande experiência veio no ano passado. “Foi quando disputei pelo sub-20 a Copa Norte, mesmo com 16 anos”, diz.

O volante admite que antes de sonhar com o estrelato nacional e até mesmo internacional, seu primeiro grande objetivo é o de atuar pelo profissional do Papão. “Esse é o primeiro passo. Dependendo daquilo que eu conseguir mostrar, as chances de ir para um outro clube serão maiores. Mas só jogar pelo Paysandu já é um sonho, que tantos outros jogadores já conseguiram realizar e que eu espero ter a sorte de fazer o mesmo”, salienta.

(Diário do Pará)