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ESPORTE PARÁ

Pedro Minowa: a renúncia nunca foi cogitada

Um endereço discreto na periferia de Belém leva ao escritório do empresário Pedro Minowa. De poucas palavras, o presidente do Clube do Remo resolveu calar-se diante dos problemas que vinham acontecendo em sua gestão. Quando falou, quebrou de vez a estigma

Um endereço discreto na periferia de Belém leva ao escritório do empresário Pedro Minowa. De poucas palavras, o presidente do Clube do Remo resolveu calar-se diante dos problemas que vinham acontecendo em sua gestão. Quando falou, quebrou de vez a estigma lacônica do oriental. Ao lado de seus assessores, o mandatário comentou, em entrevista exclusiva ao BOLA, a crise instalada no Leão, além de salários, contratações, Baenão, dívidas, herança, ameaças do Conselho Deliberativo (Condel) pedido de impeachment e futuro.

Em silêncio

“A situação do Remo não é boa. Quando eu assumi, sabia que não seria fácil, mas resolvi me calar e deixar que o tempo mostrasse a verdade. Segunda-feira (amanhã) vou prestar contas e todos saberão o que está acontecendo.”

Herança

“Quando eu assumi, no dia 15/12/2014, eu tive a felicidade de encontrar no cofre do Remo R$ 6,50. Funcionários e atletas com cerca de quatro meses de atraso. Do plantel do ano passado, dez jogadores representavam R$ 289 mil. A minha gestão contratou dez atletas com algo em torno de R$ 100 mil. No dia 23 de dezembro pagamos o 13º salário dos jogadores e funcionários, em torno de R$ 150 mil. Em seguida, vieram as contratações. A nossa comissão técnica custou R$ 47 mil de imediato. Tem jogador aí que está criando problema, mas na verdade, com o pagamento de fevereiro, eles estão em dia, pois receberam um mês antecipado.”

Relação com o vice

“O tempo vai dizer, mas na minha concepção ele (Henrique Custódio) está do meu lado. Nós podemos enganar a opinião pública, mas a justiça divina não. Ele está fazendo a cruz dele, se me acompanhar, as coisas darão certo. A cruz que eu carrego é de isopor, por isso a seguro há tanto tempo.”

Impeachment

“Eu não estou preocupado com essas pessoas, pois o mal nunca vence o bem. Quanto ao Condel, eu tenho um bom relacionamento. Manoel Ribeiro, Tonhão, Ubirajara, Paulo Mota, Ronaldo Passarinho, enfim, são todos os dez grandes beneméritos. Se tem alguém insatisfeito, eu não posso fazer nada. Vou apresentar minha prestação de contas e não tenho a mínima preocupação se posso ser cassado. Se for, não serei o primeiro e nem o último, mas tenho certeza que dentro da legalidade e com respeito a essas pessoas, não tem como me tirar. Além disso, eu não vou renunciar. Nunca pensei em renunciar, pois não ‘mijo para trás’.”

Entre as acusações do conselho, uma diz que você assinou contratos sem saber do que se tratava. É verdade?

“Aconteceu. Quem trouxe o contrato foi o meu vice e o meu diretor-geral. Eles trouxeram um contrato com dez folhas e disseram que essa empresa iria fazer os nossos ingressos. Eu assinei. O Nelson Tupinambá viu que tinha muita irregularidade nisso, tanto que já fizemos contrato com a outra empresa e se houvesse tantas irregularidades, a anterior já tinham nos acionado na justiça por essa multa. À essa empresa que estou mandando confeccionar os ingressos, nós pagamos R$ 0,40, com possibilidade de fabricação em Belém, com 100% de segurança.”

Conselheiro que o denunciou

“Eu nem penso nele. Sobre o Heitor, que é um amigo meu, gostaria de ter uns 200 como ele (risos). Ele está equivocado. Tem muita gente me criticando que tem o telhado de vidro. Se você for olhar, todos os que são de bem ou estão do meu lado ou estão neutros. Tem alguns xiitas lá, mas isso não me importa. Eu não vou dizer nomes, mas se um dia for preciso eu digo. Garanto que eu não tenho parente nenhum assalariado no Remo.”

O Remo tem dono?

“Hoje o estatuto tirou esse dono. A primeira eleição, os de bem do Remo, aceitaram. Tem gente ainda pensando ser, mas hoje o Remo é democracia. Os grandes beneméritos querem o bem do clube. Naturalmente alguns não ficaram satisfeitos, mas no geral a mentalidade mudou muito.”

Você fez empréstimos e privilegiou o pagamento deles em detrimento dos salários?

“Você tem uma empresa e empresta dinheiro, aí vence. Por outro lado, você tem funcionários para pagar salário, mas chegou a data do pagamento daquela dívida, você não tem que pagar? Quem vai doar R$ 300, R$ 400 mil? Os tempos mudaram. Eu fiz doação para o Remo de R$ 400 mil e assinei, mas quando fui pedir que todos fizessem isso, me ligaram para dizer que eu mandava apenas no meu dinheiro. E é verdade.”

Formação do elenco

“A necessidade me obrigou a ficar com o plantel do ano passado, até pela questão dos quatro meses de atraso da gestão passada e dos acordos feitos lá. Trouxemos o Robinho do Cametá, mas eu vi um jogo dele ano passado, fiquei triste. O Fabrício, da Tuna, fez um golaço em amistoso contra o Remo, pode alguém dizer que ele não joga? O presidente não escala time. Se não deu certo com o Zé Teodoro, eu assumo, mas não indiquei jogador, todos foram indicações deles”.

Baenão

“A herança do Baenão eu não digo que é maldita, mas é bem próxima disso. Aquela casa do cidadão das travessa das Mercês foi comprada por R$ 350 mil. Pagaram quatro meses de aluguel para a família se mudar. Dois dias depois demoliram a casa. O Pirão não acertou nada até hoje, mais de um ano depois. Com certeza tem uns mil advogados querendo a causa dela. É uma bronca feia que me deixa preocupado e se cair no meu colo, a culpa vai ser do Minowa. Quanto a cadeiras e camarotes, eu tenho quase certeza que é só no Brasil que acontece isso. O cara demoliu e tenho quase certeza que sem licença da prefeitura, do Crea, dos Bombeiros... Não tem nenhuma estrutura: instalação elétrica, refletores, e ainda sim venderam cadeiras. Até hoje não sei quantas cadeiras e camarotes venderam, só sei que comprei um camarote. Os dois tobogãs, da Almirante Barroso e 25, estão bastante comprometidos, principalmente da Almirante. Uma empresa nos cobrou R$ 25 mil para fazer os reparos, com prazo de entrega até julho. Quero concluir isso porque sonho em disputar a Série D e ter um estádio para pelo menos 12 mil pessoas.”

Alambrado

“Vamos fazer uma campanha para reformar e trocar todo esse alambrado de vidro temperado nos moldes do que foi feito no nosso rival. Dá para 240 pessoas adquirirem. Eu vou puxar a ‘carroça’, contribuindo por mim e por minha família. Só eu vou colocar quase quatro mil reais. Para uma obra de dois tobogãs, que gira em torno de R$ 500 mil, já teremos praticamente metade”.

Experiência no clube

“Eu já ganhei experiência aqui no Remo. Sei quem está do meu lado e quem está contra. Aprendi com o meu pai que quando você for abraçar um homem, chegue perto: é briga ou é amigo. No Remo não, a gente abraça e o cara está fazendo sinal pelas suas costas. Eu conheço vários.”

Onde está a modernidade da campanha?

“Está faltando muita coisa, porque o maior entrave foi a não conquista do primeiro turno. Se tivéssemos vencido o primeiro turno, aquela receita seria no mínimo de R$ 2 milhões. Se assim fosse, teríamos com certeza cumprido várias das metas.”

Cotas antecipadas

“O nosso ex-presidente, no dia 10 de novembro, fez uma antecipação de cota de R$ 140 mil, mais alguns valores de R$ 20 mil. Hoje, se o Remo se classificar, o clube deve receber em torno de R$ 240 mil, mas nós ainda vamos dever a CBF. Ele fez uma renovação com a Umbro um dia antes da eleição por três anos. A Umbro fala mal do Remo, fala mal da loja, que está sem material há dois meses. Devo viajar para São Paulo resolver com eles como vai ficar essa situação, porque aqui nada se resolve.”

Recado à torcida

“Peço paciência para a torcida. Sei que já pedi muitas vezes, mas o presidente não joga bola, a torcida não joga bola. Eu também fico triste, mas tenho imensa fé na torcida, que eles vão comparecer no estádio para apoiar. Precisamos de apoio e corrente positiva. Se isso acontecer, com certeza nós vamos vencer. O torcedor é a riqueza do Remo e, apesar da fase não muito boa, eu confio em todos.”

(Diário do Pará)

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