Grupos apostam em ações beneficentes e mudanças

No final do ano de 2004, o Clube do Remo sofria o rebaixamento da Série B para a Série C. Foi um ano difícil, embora no gramado o Leão tenha conquistado o campeonato estadual na campanha 100%.

Na gestão do clube, as coisas não andavam boas, e a partir desta necessidade, um professor e benemérito resolveu criar uma associação de pessoas para ajudar o Remo. Surgia a Atar, sob a presidência de Wilton Moreira.

Azulino de longas datas e gerações, Moreira se orgulha do movimento e diz que, embora não tenha dado quantias voluptuosas, graças a Atar o Remo escapou de perder outro patrimônio, que engordaria a lista do “Já teve” remista.

“Eu fundei a Atar com dois ou três amigos. A coisa começou a funcionar e crescer. Demos eletrodomésticos, fizemos pequenas obras na estrutura do clube”, relembra, com a memória viva sobre um episódio especial.

“A área do estacionamento seria levada a leilão. Não nos conformávamos. Já perdemos o posto azulino, sede campestre. A Atar juntou 68 mil reais e no dia do leilão nós doamos, isso quando já tinha até comprador para dar lance, evitando mais uma derrota”, diz. Ações beneficentes, no entanto, não são as únicas e a prova viva da tese é a Associação dos Sócios do Remo, a “Assoremo”, criada em 2013, que acabou contribuindo para a mudança de estatuto e hoje permite a eleição direta.

“Nós iniciamos um processo de mobilização através dos sócios e conseguimos mostrar para a sociedade que era possível ter um caminho alternativo. Conseguimos aglutinar diversos seguimentos do clã remista até o momento de entrarmos em 2013. Foi um pouco conflitante. Conseguimos proximidades com umas, outras nem tanto. Hoje em dia estamos numa relação bem amigável”, recorda Thiago Passos, atual diretor de futebol do clube e fundador da Assoremo.

(Diário do Pará)