Ubiratã Silva do Espírito Santo, o Bira, é o nome do Campeonato Paraense em todas as suas 102 edições. O macapaense conquistou a maior marca da competição: duas artilharias imbatíveis. Em 1978, foram 28 gols e, em 79, foram 32. “Eu fico com muita tristeza porque ninguém bateu esse recorde na artilharia, se não conseguem chegar na minha segunda marca, imagine na primeira. Eu queria mesmo era que alguém passasse a minha logo e se tornasse artilheiro, aí a gente fazia uma festa e íamos comemorar, porque eu não quero levar isso para o cemitério.Tenho vontade de passar esse troféu”, declara Bira.
O jogador veio para Belém em 1976, passando nove meses no Paysandu, depois disso atravessou a Avenida Almirante Barroso, onde jogou por três anos na Clube do Remo. E Bira não tem medo de confessar qual seu time do coração: “Sou remista, o único ovelha negra da minha casa é meu filho, que torce pro Paysandu. Ele foi influenciado pelos tios, mas eu sou Remo de coração”. Quando saiu do Remo o jogador ganhou o Brasil e o mundo, conquistando até Campeonato Brasileiro e Campeonato Mexicano.
Sobre o grande clássico entre Remo e Paysandu, Bira diz que nunca sentiu um frio na barriga e que entrava em campo com a certeza de marcar gol. “RexPa todo jogador quer ter na carreira, mas poucos têm condições de vestir uma camisa desses clubes, porque ela pesa muito. Eu tive a oportunidade de jogar vários clássicos, e entrava em campo tranquilo, porque sabia que ia marcar. Meu melhor gol em RexPa foi em 79, quando entrei no gol com bola e tudo, foi lendário”, relembra o ex-jogador.
Com toda essa experiência, é lógico que Bira tem a receita para jogar um clássico com tranquilidade. “Concentração, o jogador precisa se concentrar. O segredo não é se concentrar em dia de jogo, é a semana toda. O RexPa já começa na segunda-feira. O jogador não pode sair, passear, ir para barzinho, não pode arredar o pé de casa. Na minha época eu morava no clube, tinha hora para sair e voltar. Ia namorar e no máximo as 22h já estava de volta. Todo mundo te cobra, a secretária, o motorista e lógico que o torcedor também, e eles cobram mesmo. O jogador só precisa comer bem, treinar e dormir. É indescritível a sensação de jogar um RexPa, tudo conspira contra ti e precisas superar isso”, finalizou.
Bira encerrou sua carreira como jogador em 1989 no Vila Nova em Castanhal, e lá mesmo deu início a uma nova etapa profissional, sem se afastar do futebol, tornando-se treinador do time. Atualmente ele é repórter esportivo, com um programa em uma rádio de Macapá-AP.
Times que jogou:
1975– Macapá-AP (categorias de base)
1976– Payssandu-PA
1977-79 – Remo-PA
1979-82 – Internacional-RS
1980-81 – Universidad de Guadalajara (empréstimo)
1982 – Inter e Atlético Mineiro-MG
1983 – Juventus-SP
1984 – Novo Hamburgo-RS
1984 – Aimoré de São Leopoldo-RS
1985 – Remo-PA
1986 - Central de Caruaru
1987 – Brasil de Pelotas-RS
1988 – Remo-PA
1988 – Tiradentes - CE
1989 - Vila Nova-PA
Títulos conquistados:
Campeão Paraense em 1976 pelo Paysandu
Tricampeão Paraense em 1977, 1978 e 1979, pelo Remo
Campeão Brasileiro em 1979
Campeão Gaúcho em 1981
Campeão Mineiro em 1982
Campeão Mexicano de 1981
Campeão Brasileiro em 1983
(Bruna Dias/DOL)
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