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ESPORTE PARÁ

Edson “Cimento” é o nome por trás do gol do Remo

É nítido para torcedores e imprensa esportiva que os goleiros do Clube do Remo melhoraram o desempenho no Campeonato Paraense e Copa do Brasil 2012. Tanto Jamilton, que salvou o Leão em várias oportunidades contra o Águia de Marabá na final do returno, qu

É nítido para torcedores e imprensa esportiva que os goleiros do Clube do Remo melhoraram o desempenho no Campeonato Paraense e Copa do Brasil 2012. Tanto Jamilton, que salvou o Leão em várias oportunidades contra o Águia de Marabá na final do returno, quanto Adriano, o "paredão", atual titular da equipe, tiveram várias falhas no começo do Parazão, mas se recuperaram.

Por trás das câmeras e holofotes, e não muito conhecido dos torcedores mais novos, um dos pilares fundamentais para a melhora dos goleiros remistas é o trabalho do preparador de goleiros Carlos Edson Paiva Damasceno, de 56 anos, mais conhecido como Edson "Cimento". O ex-goleiro remista voltou a trabalhar no Baenão no segundo turno (no primeiro turno ele atuou no Cametá), quando a comissão técnica azulina foi reformulada. O DOL entrevistou "Cimento" para saber um pouco da sua história e do trabalho como preparados de goleiros. Confira:

DOL: Quais foram as suas principais conquistas como goleiro?

Edson Cimento: Conquistas eu tive muitas, mas a que marcou mesmo foi a Bola de Prata em 1977, quando fui o melhor goleiro do Brasil. Eu estava disputando com o Leão, Raul, Carlos, Peres, só goleiro a nível de seleção e eu fui feliz por conquistar esse grande reconhecimento pelo meu trabalho. Mas não fui só bem aqui, por todos os clubes que eu passei, deixei a minha marca.

DOL: O que mais você se lembra dessa temporada de 1977?

E.C: Fizemos uma boa campanha naquele Campeonato Brasileiro da Série A. O nosso time era praticamente todo caseiro - só tinha um jogador de fora -, mas mesmo assim conseguimos nos destacar [O Remo ficou em 14º na classificação geral e chegou até a terceira fase da competição, não passando para as semifinais por conta de 2 pontos].

DOL: Quais foram os principais clubes que você passou?

E.C: Ah, eu passei por vários clubes. Se for falar aqui acaba a entrevista e não terminamos (risos). Passei por uns 10 clubes: Remo, Paysandu, Tuna, Sport Belém, Fluminense (RJ), Guarani (SP), Náutico (PE), ASA de Arapiraca. Eu tive uma boa rodagem pelo futebol brasileiro.

DOL: Como surgiu o apelido "Cimento"?

E.C: Um radialista da época, Jairo Vaz, criou este apelido. Eu era muito forte na época e eu sou natural de Capanema (PA), terra do cimento. Então ele começou a me chamar de cimento também porque eu ia forte nas jogadas e não caía nas disputas contra os atacantes.

DOL: Você não é muito alto. Acha isso fundamental para um goleiro?

E.C: No meu tempo não tinha muitos goleiros altos, de 1,90m, como tem hoje. O Dico era baixinho também e foi muito bom. O bom goleiro tem que saber sair do gol e ser arrojado. Eu sempre joguei contra grandes e altos jogadores como Serginho Chulapa, Dario, Roberto Dinamite e sempre me consagrei.

DOL: O que você acha dessa profissão de preparador de goleiros?

E.C: É a profissão que eu mais gosto. Trabalhar como goleiro e com os goleiros foi a minha vida. Só vou largar esta profissão quando não aguentar mais. Fiquei feliz de ter parado de jogar futebol e continuar a trabalhar com preparação dos goleiros, que a minha profissão é a coisa que eu mais amo. Por onde passo o meu trabalho é reconhecido. Praticamente todos os anos os meus goleiros estão na seleção do campeonato (Parazão).

DOL: Se as divisões de base no Pará fossem mais valorizadas, teríamos mais bons goleiros da terra?

E.C: Sim. Falta isso [estrutura], porque antigamente vários goleiros paraenses se destacavam e hoje você não vê mais isso com tanta frequência. Não temos aquele campo aperfeiçoado, um CT [centro de treinamento] para fazer um bom trabalho. Temos bons garotos nas divisões de base, mas que chegam nos 18 anos e somem, e isso é porque não temos uma boa preparação.

DOL: O que você tem a falar sobre os goleiros com que você está trabalhando no Remo agora?

E.C: Eles são profissionais excelentes. Não foi só porque eu cheguei que eles melhoraram, não. O que fiz foi trabalhar. A minha vida foi debaixo desses três paus, por isso eu sei bem. Eu vi vários jogos deles e pude perceber o que estava faltando, onde estavam precisando melhorar. Tentei trabalhar com a cabeça [lado psicológico] deles e com a confiança e o reflexo do trabalho está aí. Espero que a gente seja campeão e que nossos goleiros sigam se destacando.

DOL: Você falou da confiança como um ponto fundamental do seu trabalho.

E.C: Lógico, se você não tiver confiança não consegue fazer um bom jogo. A mesma coisa no treinamento. Se você chega para treinar e não tem confiança no trabalho, nunca vai dar certo. Aqui (no Remo) somos irmãos e eu converso muito com eles [os goleiros], os considero uma família.

DOL: E o quarto goleiro do Remo, o Lino, que veio da base? Você acha que ele tem futuro profissionalmente e pode ser um novo Edson “Cimento”?

E.C: Se eu tivesse tempo para trabalhar só com o Lino, ou com mais uns dois ou três meninos da base, te garanto que faria eles chegarem próximo ao Edson "Cimento", porque chegar ao que fui é difícil (risos).

DOL: O que um atleta deve fazer para se destacar como goleiro?

E.C: Primeiramente tem que ter dom. E se você juntar o trabalho a isso, com certeza será um bom goleiro.

DOL: O que achas do reconhecimento da torcida do Remo pelo teu trabalho?

E.C: Fico muito feliz e agradeço muito à torcida, pois fizeram uma campanha pela minha volta ao clube e sei que eles estão felizes com o resultado.

(Felipe Melo/DOL)

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