Canindé experimenta novas opções no Remo

Oliveira Canindé é um treinador que valoriza o trabalho. Assistindo a um treinamento, é possível notar como ele é meticuloso. O trabalho físico e técnico da última terça, no Baenão, avançou até que a própria iluminação não permitisse mais que o treino seguisse. Após uma hora de atividade física intensa, o treinador realizou uma série de atividades de fundamento ofensivo, como arremate, cruzamento e situações de finalização na entrada e grande área. Até então parecia um treino de fundamentos normal, mas, a certa altura, Canindé separou o grupo em dois times e fez uma movimentação de campo reduzido, testando algumas experiências para o próximo jogo. E nessa experiência, ele mexeu em duas posições.

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O treinador sacou Flamel do time e colocou Tsunami. Com isso, o jogador desceu para a lateral esquerda, e o lateral Gerson foi avançado para o meio de campo, compondo um 4-4-2 ao lado de João Paulo, Ilaílson e Eduardo Ramos. Como o jogo será apenas segunda-feira, pode ser que muita coisa ainda mude até lá e o técnico faça mais experiências. “Ele está conhecendo o time ainda, vendo cada jogador e o que pode extrair de melhor. Então ainda não dá para falar com certeza que tem um time fechado”, comentou o zagueiro azulino Leandro Silva.

Segundo o zagueiro, o teste do treinamento busca dar um melhor equilíbrio e aumentar a estatura média. “Viemos de um jogo em casa para um jogo como visitante. Sabíamos que algumas coisas poderiam mudar porque a forma de jogar e propor o jogo geralmente muda também. Com o Flamel, a gente ganha na habilidade, mas com o Tsunami ganhamos estatura e na recomposição. Eles têm um time alto, acredito que o treinador está visando isso”, analisa Leandro.

AZULINA PRECISA DE ‘SAL GROSSO’

Uma pequena maldição parece se desenvolver na zaga azulina nas últimas rodadas. A defesa, que até pouco tempo era uma das melhores da competição, passou a tomar muitos gols. E o pior, gols contra! De forma seguida! Na partida contra o Botafogo-PB, Igor João, sem querer, desviou uma bola contra o próprio gol. Na partida seguinte, seu substituto, Bruno Costa, tentou afastar uma bola dentro da área e fuzilou a meta de Vinicius (foto), que, nos dois lances, nada pode fazer. O arqueiro azulino afirma que não culpa os colegas. “Foram lances muito rápidos, acho que na hora nem dava pra reagir direito, é uma infelicidade que a gente está sujeito”, comentou o arqueiro.

O camisa 1 afirma que, em partes, os números altos da defesa nos últimos jogos têm relação com esses lances inesperados. “Contra o Botafogo, sofremos um gol contra seguido de uma expulsão. Em Belém, o gol contra também mudou a cara do jogo. Acho que são situações que você precisa ter muita maturidade para lidar. Pessoalmente, acho que tanto o Igor quanto o Bruno Costa responderam muito bem, fazendo ótimas exibições”, comentou o goleiro. Até a quinta rodada da Série C, a defesa do Remo era uma das melhores da competição com apenas 3 gols sofridos, uma média de 0,6 gols por jogo. Nas duas últimas rodadas, no entanto, a defesa azulina foi vazada como nunca – 5 gols em duas partidas, média de 2,5 por jogo.

“Os números não são bons, especialmente a gente que joga na defesa é muito cobrado por isso, mas acho que precisamos avaliar a coisa de forma completa. Assim como sofremos 5 gols, também marcamos 5 gols no mesmo período”, comenta Leandro Silva, que destaca a participação dos jogadores de defesa nos gols do time nesses jogos, assim como a crescente participação, na marcação, dos jogadores de meio campo e ataque “Houve equilíbrio, por isso o time se manteve no G4. O trabalho tem que ser para buscar, sempre o equilíbrio”, define o atleta.

(Taion Almeida/Diário do Pará)