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MÚSICA

Baiana lança clipe duplo gravado em São Paulo e Cotijuba, com diretora e equipe paraenses

Há pouco mais de quatro anos, a cantora baiana Josyara trocou seu estado natal pela cosmopolita São Paulo. E é na cidade com quase 15 milhões de habitantes que Josyara surge à noite, no centro, para falar da solidão em uma cidade grande, mesmo cheia de en

Há pouco mais de quatro anos, a cantora baiana Josyara trocou seu estado natal pela cosmopolita São Paulo. E é na cidade com quase 15 milhões de habitantes que Josyara surge à noite, no centro, para falar da solidão em uma cidade grande, mesmo cheia de encontros, no clipe da música “Você Que Perguntou”. Depois da solidão, o reencontro consigo mesma e com a ancestralidade surge banhado nas águas doces da Ilha de Cotijuba, distrito de Belém, onde a cantora gravou o vídeo que ilustra a música “Nanã”, uma parceria com a paraense Luê. Lançados na semana passada como um “combo”, os dois clipes foram roteirizados e dirigidos pela paraense Débora McDowell e filmados com uma equipe todinha daqui, ligada à produtora Muamba.

As duas músicas estão no segundo disco da cantora, compositora e violonista, “Mansa Fúria”, lançado em agosto último e produzido por ela. É a primeira vez que ela une duas músicas num só clipe, algo que vinha planejando há algum tempo. Ela conta que decidiu lançá-las em conjunto porque as composições se conectam.

“Já estava namorando essa ideia, daí veio a referência da internet e a percepção que as canções se complementam, o que foi uma deixa para a decisão final, além de reforçar essa trajetória de sair de casa e seguir a vida em outro lugar, o que sugere todo o disco ‘Mansa Fúria’”, reforça a cantora.

A interpretação das canções em imagens veio a partir de um sonho de Josyara. “Em São Paulo, foram filmadas as cenas de ‘Você que Perguntou’, com imagens frenéticas que mostram a correria na rua, a agitação do centro urbano e da solidão em uma cidade grande”, descreve. Já “Nanã” fala da ancestralidade da mãe, próxima e real dentro da gente, a mãe que dá conselho, fortalece, que diz siga em frente. “O lance de Nanã surgiu de uma ligação com meus sonhos. Sonho muito com o Pará, onde tenho uma ligação forte e muitos amigos”, diz.

Brunno Regis, que assina a direção de fotografia de “Nanã”, diz que a experiência foi única. “É sempre bom trabalhar com artistas novos e, sem dúvida, foi uma experiência incrível trocar com a Josy. Além de ser uma musicista incrível, que te deixa de boca aberta, ela tem uma conexão onírica muito impressionante, de lembrar dos sonhos dela com muito detalhe. É incrível escutá-la contando sobre essas imagens”, diz ele, que tem atuado no cenário audiovisual independente, já dirigiu clipes da Gang do Eletro e Felipe Cordeiro e fotografou também vídeos de Aíla, Gaby Amarantos, Ana Clara e Molho Negro.

Produção com clima de família

A cantora Josyara e o ator Jean petra no clipe de n"Nanã", em Cotijuba. (Foto: Estúdio Tereza e Aryanne)

Em Belém, os trabalhos de filmagem foram feitos em um único dia, utilizando a luz natural da Ilha de Cotijuba. Josyara diz que tudo iniciou ao meio-dia. Aos risos, ela conta que, sob o sol muito forte, a cada cena, era preciso um mergulho.

“Foi um único dia para trazer esse contraste da noite da vinheta ‘Você Que Perguntou’, usando a luz da cidade. Foi incrível”, recorda.

O cenário já era conhecido de Débora, que usou a ilha como locação para o seu curta de ficção “Ruína”, premiado pelo edital do programa Seiva, e que está em fase de finalização para lançamento em breve. Isso fez com que a missão de filmar numa ilha e ter de levar todos os instrumentos para lá fosse um desafio que a equipe encarou com mais tranquilidade.

“Eu, a Bea [Beatriz Morbach, que assina a direção de arte] e o Brunno [Regis], a gente já tem essa experiência lá com o ‘Ruína’. Foi um trabalho feito em casa. Mesmo na faixa de ‘Você que Perguntou’, que a gente filmou à noite, no centro de São Paulo, foi tudo muito em casa. Teve todo um trabalho de produção, de artista independente, mas foi um trabalho que nos sentimos em casa e seguros em realizar”, conta a diretora, que é formada em jornalismo e trabalha com produção audiovisual há cinco anos.

“O desafio da fotografia, neste caso, é o tempo que nas produções independentes é sempre apertado por conta de dinheiro. Gravamos tudo com luz do sol e não podíamos nos dar a luxo de perdê-la ou de gravar em dois dias”, completa Brunno que acumula mais de dez anos fotografando.

A produção contou ainda com a direção de fotografia de André Morbach, na parte de “Você Que Perguntou”. Irmão de Bea e parte da Muamba junto com Débora e Brunno, ele também fez a edição do clipe, que conta com outros paraenses: Ane Oliveira, com make e figurino; o ator Jean Petra; e a fotografia still do Estúdio Tereza e Aryanne. “A nossa equipe é feita de gente que já trabalha há muito tempo junto, muito amiga, uma equipe toda paraense, então foi um trabalho bem delicioso”, ressalta Débora.

Ela conta que ficou muito feliz com o resultado do trabalho, especialmente por ser de uma artista mulher negra e com suas características singulares. “Já tinha dirigido videoclipes de bandas, do Rio, de São Paulo. Mas pela primeira vez é de uma artista mulher, que não só é uma mulher, mas é a Josy, com toda uma identidade que ela carrega, uma mulher negra, e não apenas uma cantora, compositora e violonista incrível, mas uma mulher baiana”, diz Débora, que rasga elogios à cantora. “A direção foi muito fácil, porque a Josy é ótima, ela é uma artista que se doa bastante e que não tem medo de se arriscar, de dançar, cantar, se relacionar com a câmera”.

A baiana retribui e destaca o respeito deles à identidade criativa do artista, com muita escuta e dedicação. “Todos foram muito incríveis, com personalidade e independência. Acredito que quando temos pessoas que trabalham de forma independente, há mais liberdade de criação. Eu acho importante destacar o trabalho das produções locais. Falando especificamente deste trabalho, teve muita escuta. É importante que o profissional escute e respeite a ideia do artista, gostei da troca e da construção do processo. Mesmo com dinheiro limitado, existiu muita parceria e dedicação. Acho que o caminho é este de entender e conversar. Isso que faz a coisa ser bonita, independente dos custos”, diz Josyara, que já festeja a visibilidade do novo trabalho. “A gente postou no dia 8 e já conta com vários compartilhamentos em páginas da internet e sites especializados, além de ter sido publicado na [revista] ‘Rolling Stones’. São pessoas que estão satisfeitas com o resultado do nosso trabalho. Estou imensamente feliz”.

(Wal Sarges/Diário do Pará)

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